terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Flor da Vida/Flower of Life

http://www.tglass.net/TGlass/Mandala/Flower%20of%20Life.jpg
A “Flor da Vida” é uma representação geométrica, com (6) seis mil anos,composta de múltiplos círculos sobrepostos organizados em forma de um padrão em “Flor” aliada a um sistema de crenças, e pode ser encontrada, por exemplo, nas religiões mais significativas do mundo. Estes padrões geométricos/matemáticos são percepcionados como sagrados pois ao serem contemplados é como se contemplássemos a origem de todas as coisas. Estudando a natureza destas formas e suas interligações somos conduzidos à compreensão intuitiva (na perspectiva científica, filosófica, psicológica, estética, mística) das leis do universo.

Outro exemplo daquilo que pode derivar da “Flor da vida” é a “Árvore da Vida”, no que concerne à Kabala… Ou ainda uma representação dos sete dias da criação, na qual Deus criou a Vida, Genesis 2:2-3, Exodo 23:12, 31:16-17, Isaias 56:6-8, ou também os anéis de “Borromean” que representam a santíssima trindade.


http://www.bioquest.org/summer2003/images/borromean_rings.gifhttp://bio.math.berkeley.edu/classes/195/2000/lec3/BorromeanRings.gif

A “Flor da Vida” é um dos mais antigos símbolos e tem tido uma importante significação simbólica através dos tempos sendo encontrado em templos, arte, manuscritos, em culturas em todo o mundo…

http://www.rebirthingnyc.com/images/tree-of-life_flower-of-life_stage.jpg

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domingo, 21 de dezembro de 2008

Kybalion e a busca da Gnose

"O Kybalion", obra de Filosofia Hermética, é um texto de 1912 que tem a pretensão de reclamar ser a essência dos ensinamentos de Hermes Trimegisto, tendo sido publicado anonimamente (por pessoa ou grupo) sob o pseudónimo "Os três iniciados".

Esta obra pretende, então, ser uma colectânea do pensamento Hermético de tradição egípcia, grega e, por fim, romana, uma busca das leis misteriosas do absoluto (Sete leis do Kybalion) princípios (=arcanos= o que é misteriosos e está guardado, vedado ao olhar imediato mas alcançável) da Gnose (=conhecimento). (Ler original aqui)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A tradição Maçónica-Reportagem TVI


http://acpc.bn.pt/imagens/colecoes/n47_maconaria.jpg

Uma preciosidade histórica demonstrativa da resistência dos maçons à maledicência

Diz uma velha regra de bom senso, que aprendi e partilho amiúde com meus discípulos, que as coisas não são boas ou más... A bondade é uma qualidade humana, resulta do dinamismo da vontade que imprime a intencionalidade da acção dirigindo-a para o melhor/pior, naquilo a que a nossa espécie já mostrou ser capaz. Na mão do Homem, a razão aplicada aos objectos pode tornar estes em artefactos de guerra, ou paz... É a qualidade dos homens que importa avaliar... Os objectos, em si mesmos, são neutros... A significação que ganham é nossa...

A maçonaria, ou qualquer outra actividade em que a razão humana se empenhe, depende dos princípios que defende, dos objectivos a que se propõe e da acção que manifesta. A irmandade, que denominamos de maçonaria, tem, em primeiro lugar, o objectivo de desenvolver os conhecimentos, a moral, e a sensibilidade de quem a ela pertence para, seguidamente, fazer de cada um dos seus membro um exemplo para a sociedade.

À
maçonaria pertenceram/pertencem os mais ilustres membros da comunidade humana... Que outros, de perfil mais questionável, partilhem essa filiação nunca poderá servir de argumento nem contra a instituição nem contra os que nela (esmagadora maioria) são exemplo de livre, sóbria, e irrepreensível conduta. É aceitável punir/denegrir toda uma família pelas acções de um/alguns dos seus membros?

Que objectivos determinam grupos de homens a reunir-se regularmente, desde tempos antigos, e aí debaterem filosofia/sentido da existência humana e os alquímicos mistérios da Natureza? Algo muito divergente da vontade de poder mas muito próximo de um aprimoramento do poder da Vontade...

David

sábado, 6 de dezembro de 2008

Templo de Salomão



Descoberto vestígio do primeiro Templo de Salomão em Jerusalém
2003-01-14 22:04:31
A agência Lusa revela que “uma placa de pedra negra contendo uma inscrição fenícia atribuída ao rei judeu Jehoash, que reinou em Jerusalém no fim do século IX a.c., foi autenticada por peritos”, citando a edição de 13 de Janeiro do jornal israelita Haaretz.

Segundo o jornal, esta inscrição de dez linhas escrita na primeira pessoa dá conta de "reparações ordenadas no Templo" de Salomão pelo rei Jehoash e assemelha-se muito a uma passagem do II Livro dos Reis da Bíblia (capítulo 12).
O fragmento foi aparentemente descoberto durante importantes trabalhos de escavação efectuados pelos muçulmanos nos últimos anos no Monte do Templo de Jerusalém, o local mais sagrado do judaísmo.
Ainda segundo o diário Haaretz, este fragmento foi autenticado por especialistas de um instituto de pesquisas especializado do Ministério das Infra-estruturas Nacionais.
"Se esta verificação for confirmada, trata-se de uma matéria da maior importância, que poderá ser a maior descoberta arqueológica efectuada em Jerusalém e Israel", afirmou M. Gabriel Barkai, considerado uma sumidade entre os arqueólogos israelitas.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

História da Alquimia

Este é um artigo sobre Evolução Histórica da Alquimia. Aproveite também para conhecer alguns produtos relacionados ao caminho da mão esquerda.

A origem da alquimia se perde no tempo, sendo mais antiga do que a história da humanidade. Seu verdadeiro início é desconhecido e envolto em obscuridade e mistério. Assim, seu surgimento confunde-se com a origem e evolução do homem sobre a Terra.

A utilização e o controle do fogo separou o animal irracional do ser humano. Nos primórdios, não se produzia o fogo, porém ele era controlado e utilizado para aquecer, iluminar, assar alimentos, além de servir para manejar alguns materiais, como a madeira. Bem mais tarde conseguiu-se produzir e manufaturar materiais com metal, a partir de metais encontrados na forma livre e posteriormente partindo dos minérios.

Muitos associam a origem da alquimia a herança de conhecimentos de uma antiga civilização que teria sido extinta. Na Terra, já teriam existido inúmeras outras civilizações em diversas épocas remotas, dentre elas várias eram mais evoluídas que a nossa. Estas civilizações tiveram uma existência cíclica, com o nascimento, desenvolvimento e morte ocorrida provavelmente por meio de grandes catástrofes, como a queda de um grande meteoro, inundações, erupções vulcânicas, dentre outras que acabavam por reduzir grandes civilizações a um número ínfimo de sobreviventes ou mesmo por dizimá-las, fazendo com que uma nova civilização brotasse das cinzas. Os conhecimentos sobre a alquimia estariam impregnados no inconsciente coletivo de todas as civilizações até hoje ou poderiam ter sido transmitidos pelos poucos sobreviventes, desta maneira a alquimia teria resistido ao tempo.

Os textos chineses antigos se referem as "ilhas dos bem aventurados" que eram habitadas por imortais. Acreditava-se que ervas contidas nestas três ilhas após sofrerem um preparo poderiam produzir a juventude eterna, seria como o elixir da longa vida da alquimia.

No ocidente, o Egito é considerado o criador da alquimia. O próprio nome é de origem árabe (Al corresponde ao artigo o), com raiz grega (elkimyâ). Kimyâ deriva de Khen (ou chem), que significa "o país negro", nome dado ao Egito na antigüidade. Outros acham que se relaciona ao vocábulo grego derivado de chyma, que se relaciona com a fundição de metais.

Os alquimistas relacionam a sua origem ao deus egípcio Tote, que os gregos chamavam de Hermes (Hermes Trimegisto). Alguns alquimistas o considerava como um rei antigo que realmente teria existido, sendo o primeiro sábio e inventor das ciências e do alfabeto. Por causa de Hermes a alquimia também ficou conhecida como arte hermética ou ciência hermética.


Os relatos mais remotos de doutrinas que utilizavam os preceitos alquímicos, remontam de uma lenda que menciona o seu uso pelos chineses em 4.500 a.C. Ao que parece ela teria aflorado do taoísmo clássico (Tao Chia) e do taoísmo popular, religioso e mágico (Tao Chiao). Porém os textos alquímicos começaram a surgir na dinastia T'ang, por volta de 600 a.C. Na China, o mais famoso alquimista foi Ko Hung (cujo nome verdadeiro era Pao Pu-tzu, viveu de 249-330 d.C.) que acreditava que com a alquimia poderia superar a mortalidade. Atribui-se a ele a autoria de mais de cem livros sobre o assunto, dos quais o mais famoso é "O Mestre que Preserva sua Simplicidade Primitiva".

Teria aprendido a alquimia por volta de 220 d.C com Tso Tzu. O tratado de Ko Hung, além da alquimia trata também da ciência da alma e das ciências naturais. Sua obra trata tanto do elixir da longa vida bem como da transmutação dos metais. Até então a alquimia chinesa era puramente espiritual e foi Ko Hung que introduziu o materialismo, provavelmente devido a influências externas. Ela foi influenciada também pelo I Ching "O livro das Mutações". Posteriormente seguiu a escola dos cinco elementos, que mesmo assim permaneceu quase que completamente mental-espiritual.

Na China a alquimia também ficou vinculada à preparação artificial do cinábrio (minério do qual se extraía o mercúrio - sulfeto de mercúrio), que era considerado uma substância talismânica associada a manutenção da saúde e a imortalidade. A metalurgia, principalmente o ato da fundição, era um trabalho que deveria ser realizado por homens puros conhecedores dos ritos e do ofício. A transformação espiritual era simbolizada pelo "novo nascimento", associada a obtenção do metal a partir do minério (cinábrio e mercúrio).

A filosofia hindu de 1000 a.C. apresentava algumas semelhanças com a alquimia chinesa, como por exemplo o soma cujo conceito assemelhava-se ao do elixir da longa vida. No Egito a alquimia teria surgido no século III d.C. e demonstrava uma influência do sistema filosófico-religioso da época helenística misturando conhecimentos médicos com metalúrgicos. A cidade de Alexandria era o reduto dos alquimistas. O alquimista grego mais famoso foi Zózimo (século IV), que nasceu em Panópolis e viveu em Alexandria, escreveu uma grande quantidade de obras. Nesta época, várias mulheres dedicavam-se a alquimia, como por exemplo Maria, a judia, que inventou o um banho térmico com água muito utilizado nos laboratórios atualmente, o "banho-maria", Kleopatra que possivelmente não seria a Rainha Cleópatra, Copta e Teosébia. Os persas conheciam a medicina, magia e alquimia. A alquimia possuía um pouco da imagem da população de Alexandria, era uma mistura das práticas helenísticas, caldaicas, egípcias e judaicas.

Alexandre "o Grande" foi quem teria disseminado a alquimia durante suas conquistas aos povos Bizantinos e posteriormente aos Árabes. Os árabes, sob a influência dos egípcios e chineses, trouxeram a alquimia para o ocidente ao redor do ano de 950, inicialmente para a Espanha. Construíram-se escolas e bibliotecas que atraiam inúmeros estudiosos. Conta-se que o primeiro europeu a conhecer a alquimia foi o teólogo e matemático monge Gerbert que mais tarde tornou-se papa, no período de 999/1003, com o nome de Silvestre II. Na Itália Miguel Scott, astrólogo, escreveu uma obra intitulada De Secretis em que a alquimia estava constantemente presente. No século X, a alquimia chinesa renunciou a preparação de ouro e se concentrou mais na parte espiritual. Ao invés de fazerem operações alquímicas com metais, a maioria dos alquimistas realizavam experimentos diretamente sobre seu corpo e espírito. Esta retomada a uma ciência espiritual teve como ponto culminante no século XIII com o taoísmo budaizante, com as práticas da escola Zen.

A alquimia deixou muitas contribuições para a química, como subproduto de seus estudos, dentre eles podemos citar: a pólvora, a porcelana, vários ácidos (ácido sulfúrico), gases (cloro), metais (antimônio), técnicas físico-químicas (destilação, precipitação e sublimação), além de vários equipamentos de laboratório. Na China produzia-se alumínio no século II e a electricidade era conhecida pelos alquimistas de Bagdá desde o século II a.C.

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Alquimia e Psicologia

Unus Mundus

Jung costuma ser severamente criticado pelos alquimistas tradicionais, como Eugene Canseliet, Titus Burckhardt ou Julius Évola, por causa de sua hipótese de que os alquimistas projectavam sobre a matéria os conteúdos de seu inconsciente. Alchemy_2É essa hipótese, apresentada em Psicologia e Alquimia, que justifica a utilização que Jung faz do simbolismo alquímico para elucidar os sonhos e fantasias de seus pacientes. Reciprocamente, é ela também que serve de base para a interpretação dos textos alquímicos nos termos da psicologia analítica. O que os alquimistas não gostam nessa visão é que ela pressupõe uma ingenuidade por parte do alquimista que, sem saber o que estava fazendo, exteriorizaria o desconhecido em si mesmo (a psique inconsciente) sobre o desconhecido no mundo (a estrutura da matéria).

A objeção de um Canseliet ou um Évola é que os alquimistas sabiam muito bem o que estavam fazendo. Khunrathprayingalchemist Com excepção dos sopradores, que é como os alquimistas conhecem os intrometidos que se metem no laboratório sem nenhum conhecimento concreto e se metem a experimentar a torto e a direito, frequentemente com resultados desastrosos, os filósofos herméticos sempre tiveram plena consciência da dimensão espiritual do opus. O que lhes permitia agir sobre as substâncias materiais a fim de transformar sua psique era a premissa de que existe uma unidade fundamental entre psique e matéria e, consequentemente, uma correspondência entre os elementos físicos e a natureza psicofisiológica do ser humano.

É uma crítica pertinente. Qualquer um que se debruçar sobre a literatura alquímica terá a impressão de que os alquimistas podem ser tudo - maliciosos, subtis, enganadores - menos ingênuos. Ao mesmo tempo, curiosamente, é uma crítica que erra o alvo, porque trai um conhecimento superficial da psicologia junguiana.

Esse desconhecimento é compreensível. Jung não é um autor fácil. Seu estilo denso, carregado de alusões e referências, que servem para fundamentar um raciocínio tortuoso, não-linear, transforma os textos junguianos em um labirinto quase tão impenetrável quanto os livros de Fulcanelli, uma selva repleta de armadilhas nas quais, não raro, os próprios junguianos mergulham de cabeça, levados pelo afã de sistematizar um pensamento não-sistemático. Seria pedir muito que, além do trabalho de decifrar as obscuras parábolas de um Irineu Filaleto ou um Basílio Valentim, o estudioso de alquimia também se dedicasse a elucidar os meandros da teoria junguiana. Se o fizesse, porém, perceberia que a visão que Jung tinha da alquimia está bem mais próxima da alquimia tradicional do que parece à primeira vista.

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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Dia Mundial da Filosofia, Convite à Reflexão Sobre a Condição Humana.

Tantas vezes nos disseram que éramos excepcionais! Centro do mundo, filhos de Deus, consciência do Todo, sal da terra, inteligência, seres falantes, espírito das ciências, vector do progresso. A nossa existência foi tão festejada por tantos mitos, religiões, filosofias, discursos complacentes, que não compreendemos os nossos desaires, as nossas baixezas, as nossas guerras intermináveis e infâmias sem nome. (...) Esta espécie absurda e violenta [assim, como é] não tem razão de ser nem futuro.(...) Será?

Roger-Pol Droit


terça-feira, 18 de novembro de 2008

Barak Obama com ligações à Maçonaria?!.

Em resposta aos inúmeros contactos recebidos, questionando sobre as ligações de Barack Obama à Maçonaria, podemos apenas afirmar que existe uma Grande Loja norte-americana, denominada Prince Hall, em que predominam maçons afro-americanos, constando ainda entre os seus membros personalidades das antigas administrações Clinton e G. W. Bush, além de Senadores Seniors em Washington.

Oficialmente, no entanto, não existe qualquer ligação entre esta ou outra Obediência Maçónica Norte-Americana e o presidente eleito Barack Obama.

Tal facto, não nos permite, portanto, afirmar se o novo Presidente eleito dos Estados Unidos da América é Maçom.


quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Jornadas Históricas de Seia discutem “Maçonaria, Sociedade e Política”

As XI Jornadas Históricas de Seia, organizadas pelo Arquivo Municipal, vão debater este ano o tema “Maçonaria, Sociedade e Política: Uma Visão Histórica”.
As sessões de trabalho decorrem no auditório do Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE), nos dias 14 e 15 de Novembro, e trazem a Seia várias personalidades, nomeadamente António Reis, António Arnaut, Salvato Telles de Menezes, António Lopes, Maria Belo, Alfredo Caldeira, Feliciana Ferreira, Martim Guia, António Ventura e Frei Bento Domingues.

Coordenadas por Fernando Catroga, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, as Jornadas têm início às 10 horas do dia 14, logo se seguindo as intervenções de Salvato Telles de Menezes, administrador delegado da Fundação D. Luís I, sobre “Maçonaria: As origens”, e de António Lopes, director do Museu Maçónico Grande Oriente Lusitano (GOL), que apresentará “A maçonaria portuguesa – das origens ao triunfo do liberalismo”.

Após o almoço, Fernando Catroga, da Universidade de Coimbra, falará sobre “Maçonaria e a política (séc. XIX/XX)”, Maria Belo, ex-professora da Universidade Nova de Lisboa, fará a apresentação das “Consequências políticas da acção da maçonaria feminina” e Alfredo Caldeira, da Fundação Mário Soares, apresentará “Maçonaria durante a ditadura e o Estado-Novo”. As últimas intervenções do dia decorrerão no âmbito de uma mesa-redonda onde marcarão presença António Reis, Grão Mestre, que falará sobre a “Maçonaria do Grande Oriente Lusitano”, Feliciana Ferreira, Grão Mestre, que abordará a “Maçonaria feminina”, e Martim Guia, Grão Mestre, que apresentará “Maçonaria regular”.


No sábado, dia 15, as intervenções começam às 9h30, com o tema “Maçonaria em Seia”, por António Ventura, da Universidade de Lisboa, seguindo-se “Maçonaria e a questão religiosa”, por Frei Bento Domingues, do Instituto São Tomás de Aquino. A última conferência será proferida pelo antigo Grão Mestre do GOL, António Arnaut, que falará sobre “Maçonaria e os direitos humanos”. O encerramento dos trabalhos está previsto para as 11h30, seguindo-se um almoço oferecido pelo Município de Seia a todos os participantes inscritos.

As Jornadas contam com a creditação do Conselho Cientifico Pedagógico de Formação Contínua (CCPFC), e concedem 6 créditos para efeitos de progressão na carreira docente. A participação nas XI Jornadas Históricas tem um custo de dez euros, podendo as inscrições ser realizadas por telefone – 238 081392 – ou através do e-mail arquivomunicipal@cm-seia.pt

No âmbito do programa das Jornadas terá ainda lugar, na Casa Municipal da Cultura, na noite do dia 14 de Novembro, e a partir das 21h30, o concerto “Flauta Mágica, Abertura”, de Amadeus Mozart, executado pela Orquestra Sinfónica do Norte.



sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Deus quer/pensa, o Homem sonha e a obra nasce

«"Aprendamos a sonhar, senhores, e então, pode ser que encontremos a Verdade." Essa recomendação lapidar do insigne químico alemão Kekulé, que chegou ao descobrimento da fórmula do benzeno graças a um sonho, revolucionando assim a química orgânica, acabou por convencer-me de que, na vida, a Verdade passa muitas vezes ante os seres humanos... disfarçada.»

J. J. Benitez

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Catedrático fala da Maçonaria em Loulé

A Maçonaria em Loulé, é o tema da iniciativa “Encontro com...”, desta feita, António Ventura, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

O evento acontece a 15 de Outubro, pelas 18:00 horas, na Alcaidaria do Castelo de Loulé. Depois de uma introdução sobre a Maçonaria em geral e a Maçonaria em Portugal, são abordadas as estruturas maçónicas existentes em Loulé no século XX, bem como os louletanos que integraram oficinas maçónicas em Portuga, nas colónias, e na emigração.

domingo, 5 de outubro de 2008

Tratado de Amizade e Reconhecimento Mútuo entre a G:. L:. Francesa Masculina do Rito Antigo e Primitivo Memphis Misraim e o G:. O:. Lusitano

[IMG_0306.JPG]

Foi assinado o Tratado de Amizade e Reconhecimento Mutuo entre a Grande Loja Francesa Masculina do Rito Antigo e Primitivo Memphis Misraim e o Grande Oriente Lusitano, no passado Sábado, dia 27 de Setembro de 2008, no decorrer da Cerimonia de tomada de posse do Grão Mestre do Grande Oriente Lusitano, António Reis. A G:. L:. Francesa Masculina do Rito Antigo e Primitivo Memphis Misraim está representada em Portugal pela sua L:.207 Phoenix.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

De passagem

Conta-se que um turista americano foi à cidade do Cairo com o objectivo de visitar um sábio famoso. O turista ficou muito surpreendido ao ver que o sábio possuia apenas um simples/modesto quarto repleto de livros. As únicas peças de mobília eram uma cama, mesa e cadeira...
-"Onde estão os teus móveis?", perguntou o americano.
-"E onde estão os teus?", perguntou o sábio.
-"Os meus?, mas eu estou de passagem" disse o turista.
-"Também eu", retorquiu o sábio....

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Exposição Maçónica


FLORENÇA, 12 SET (ANSA) - O Palazzo Roffia, sede florentina da organização maçônica "Gran Loggia d'Italia", exibirá a partir de amanhã uma coleção de mais de 300 objetos que retratam os rituais da sociedade italiana.
"Migalhas de história", mostra organizada sob a curadoria de Angela Arcuri, reunirá faixas, bibelôs, documentos e livros, em sua maioria proveniente de coleções particulares, que poderão ser vistos nas salas do palácio que levam ao "templo" Borgo Pinti.

Entre os documentos em exposição estará a cópia do atestado de elevação de uma mulher ao grau de "maestro", expedido pelo Supremo Conselho de Palermo, em 1867, e assinado pelo "gran maestro" Giuseppe Garibaldi.

Também poderá ser vista uma réplica de um avental de seda pertencente ao filósofo Voltaire e da faixa de "maestro" do músico Wolfgang Amadeus Mozart.
"Esta exposição é somente o primeiro de uma série de eventos que a Gran Loggia d'Italia está organizando em ocasião de seu centenário", explicou o "gran maestro" Luigi Pruneti, responsável pela loja, a única na Itália aberta também às mulheres.
Atualmente, a "Gran Loggia d'Italia" conta com mais de 8 mil inscritos, dos quais 500 estão em Florença e cerca de 1,5 mil na região da Toscana. (ANSA)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A Maçonaria Feminina

A maçonaria feminina



VITOR MANUEL ADRIÃO

Se bem que a Maçonaria Especulativa assente as suas bases exclusivamente no sexo viril desde que foi fundada em 1717 em Clermont, na França, e a presença feminina na mesma seja algo bastante tardio dos meados do século XIX por motivo mais laico e político que filosófico e metafísico, passando a Mulher a ter um papel subalterno e quase marginal no seio da mesma Maçonaria, sempre apartada do Rito dos homens, acontece que esta ideia universalmente aceite no meio maçónico é completamente estranha à verdade original.

Primeiro que tudo, dando início à resposta aos amigos e amigas pertencentes a essa corrente de Tradição que me solicitaram este estudo, devo recordar que a Divindade Primordial entre os povos antigos era Feminina, tratando-se da Grande Deusa-Mãe como a consignavam os habitantes neolíticos da Estremadura ibérica, reconhecimento que se prolongava até à Europa Central.

Deusa agrária por suas qualidades de fecundação, propiciadora de boas semeaduras e colheitas, e também Deusa parturiente dando a vida e a saúde às criaturas, era enfim a incarnação da Força Fecunda da própria Mãe-Terra (Mater-Rhea ou Matéria).

A Ela os Lígures, Celtas e Lusitanos ergueram menires de formato fálico, atribuindo-lhe a fecundação que do Seio aflora à Terra inteira. A Ela os hindus neolíticos levantaram iguais pedras fálicas, a que chamaram shivalingas. Assume-se assim a Grande Criadora – Maha-Shakti – da Natureza viril por sua Força Ígnea – Kundalini – geradora e encausadora das vidas e das formas. Os cristãos haveriam de a conclamar Nossa Senhora da Conceição, isto é, a Concepção da Natureza inteira da qual é Alma.

Sem Ela, nada haveria... Portanto, a Divindade mais próxima ao Homem que a Ela deve a existência é, antes de tudo, MULHER, e este é predicado de ESPÍRITO SANTO, o que se associa à Shekinah ou “Presença Real de Deus” no mais sublime dos Tabernáculos, Sanctum-Sanctorum da Mãe-Terra, ou seja o “Jardim das Delícias” tanto bíblicas como corânicas, para todos os efeitos, AGHARTA. Todo o peregrino da vida que sobe uma Montanha em busca da Luz, acaso já pensou que essa Montanha é feminina e a Luz também? A Luz Celeste se manifesta por sua protuberância física que é toda a Montanha sinónima de Iniciação Real. Por outras palavras, FOHAT como luminosidade da Mãe Divina que é o Segundo Logos, se corporifica como Filho na Força de KUNDALINI que é o Terceiro Logos.

A Mãe se projecta no Seio da Terra e o Filho se eleva ao Cume do Céu. Eis a razão da Virgem Eterna trazer sempre no regaço ao Divino Filho. Na mesma correnteza de pensamento, todo o Assura da Obra Divina de AKBEL tem a sua consciência superior como Makara, e todos os Makaras e Assuras constituem o Corpo de MAITREYA, o Cristo Universal, cuja Alma boníssima é a própria LAKSHAMI, a Mãe Divina, que é também Maria, à destra de seu Fruto Bendito, o Senhor do Amor-Sabedoria e de todos os tálamos de Esperança e Redenção a quem Ela cobre com o seu cerúleo manto azul do Akasha enchendo o firmamento. Hominus postrate: o Siderius Crucis, Ave Maris Stella! Os Grandes Avataras todos Eles tiveram as suas Contrapartes, assim se manifestando como Deva-Pis ou GÉMEOS ESPIRITUAIS: Akenaton e Nefertiti, Krishna e Krishnaya, Buda e Mayadevi, Cristo e Maria, HENRIQUE e HELENA, etc., etc.


(Clicar aqui para ler original)

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Sois Maçon?

Afinal eu entrei na MAÇONARIA.

Que questionamento infantil!

Então surge alguém, se dizendo “um eterno aprendiz” e pergunta.

Ousa me perguntar!

E inicia com a minha resposta, ou melhor, parte dela.

Afinal eu entrei na MAÇONARIA!

Mas a MAÇONARIA entrou em você meu irmão?


Prancha recebida de um Irmão leitor do Brasil, clicar aqui para ler

domingo, 27 de julho de 2008

Teurgia, A Arte Sagrada dos Adeptos.

Trecho do livro"Theurgy, the Sacred Art of the Adepts"
de Demetrius Polychronis (c) 2001
editora Pyrino Kosmos
Traduzido por Geórgia Nuño Racca


O Termo “Teurgia” é derivado da linguagem grega.

THEOU ERGON = THEURGIA

Literalmente significa “O Trabalho de Deus”.

O que é Teurgia? Em um primeiro contato, pode-se dizer que não é nada mais do que Oração – Uma Oração que encontra algumas condições íntimas e é expresso por um ritual simples. Os objetivos são:

• Aliviar o sofrimento e;
• Ressuscitar a humanidade no Amor de Deus e na sua Sabedoria.

A . Expressão da Espiritualidade Humana.

“Espiritualidade” pode ser definida como “a relação do homem com Deus”. E, então, não havendo nenhuma ligação entre “intelectualidade”, “conhecimento” ou “educação”.

As expressões da espiritualidade humana podem ser resumidas em:

A. Exotérica
1. Religião, devoção exotérica.

B.Esotérico
1. Esoterismo religioso ( Monástico)
2. Esoterismo Filosófico (educação, ensinamento)
3. Esoterismo Sacramental (Teurgia)

Fonte:Clicar aqui para ler o resto

Em Busca do Templo Interior

Referência 1

«Advirto-te, sejas quem fores...
Tu! Que desejas sondar os arcanos da Natureza, se não encontras dentro de ti aquilo que procuras... Tampouco o poderás encontrar fora.

Se ignoras as excelências da tua própria casa, como poderás encontrar outras excelências?

Em ti se encontra oculto o tesouro dos tesouros!

Homem!... Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses.»

Tales de Mileto

Inscrição no Templo de Delfos, que a maioria dos historiadores não querem admitir ser de Tales de Mileto!


Referência 2

Evangelho S. João, Cap. 2
Então os judeus lhe perguntaram: "Que sinal miraculoso o senhor pode mostrar-nos como prova da sua autoridade para fazer tudo isso?"
19
Jesus lhes respondeu: "Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias".
20
Os judeus responderam: "Este templo levou quarenta e seis anos para ser edificado, e o senhor vai levantá-lo em três dias?"
21
Mas o templo do qual ele falava era o seu corpo.

Referência 3

O Buda disse: "Digo-vos que dentro do corpo... podeis encontrar o mundo, e a origem do mundo, e o fim do mundo, e a senda... para todos os propósitos.

A maçonaria congrega em si a sabedoria/ensinamentos de todos os tempos, a busca por uma existência superior, que se oferece a todos mas de percurso naturalmente de sacrifício (Sacro-ofício)... A construção do templo interior, vencendo paixões e buscando virtudes... Com humildade e sentido fraterno... Assim se fortalece/perpetua a ordem.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Maçonaria Feminina

Adesão à Maçonaria feminina aumenta

Desde sempre envolvida em mistério, a maçonaria continua a ser entendida como um poderoso lobby. Maria Belo, grã-mestra da Grande Loja Feminina de Portugal e co-fundadora da primeira loja feminina portuguesa, garante que não. Às maçonas, que poderão ou não estar envolvidas na vida política, disse ao SEMANÁRIO, interessa, sobretudo, o debate de temas filosóficos e sociais.

Desde sempre envolvida em mistério, a maçonaria continua a ser entendida como um poderoso lobby. Maria Belo, grã-mestra da Grande Loja Feminina de Portugal e co-fundadora da primeira loja feminina portuguesa, garante que não. Às maçonas, que poderão ou não estar envolvidas na vida política, disse ao SEMANÁRIO, interessa, sobretudo, o debate de temas filosóficos e sociais. O que acontece é que as discussões "transpiram" para a sociedade através das actividades e do círculo de amizades que "as irmãs" mantêm. A ex-europdeputada socialista está satisfeita com a crescente adesão à maçonaria feminina: desde 2001, já há mais quatro lojas e o número de adeptas portuguesas passou de 150 para 250.


Lisboa foi a cidade escolhida para receber a assembleia-geral do Comité Internacional de Ligação das Maçonarias Femininas. Amanhã as grã-mestras de Portugal— a ex-eurodeputada socialista Maria Belo—, de França, Bélgica, Itália, Alemanha e Suíça reúnem-se para definir o plano de actividades para este ano. A ocasião será aproveitada para trocar ideias e definir actividades para este ano. Mas será também uma oportunidade de desmistificação dos preconceitos que ainda envolvem a maçonaria. Deste modo, depois da assembleia, realiza-se no Palácio da Trindade um jantar aberto a não maçons e aos representantes da maçonaria masculina: António Arnaut (Grande Oriente Lusitano), Trovão do Rosário (grande Loja Regular de Portugal) e Jorge Gomes (Direito Humano).
Ao SEMANÁRIO, a psicanalista e ex-eurodeputada socialista, explicou de que se trata a reunião internacional. "Vai ser um agrupamento de diferentes obediências que serve para a troca de informações acerca da forma como decorrem trabalhos nos distintos países. Queremos também apoiar as maçonarias que estão agora a começar, sobretudo nos países em desenvolvimento", avançou. Bem como "preparar o colóquio da sociedade em 2006 que ocorrerá em Portugal. Eleita grã-mestre da Grande Loja Feminina de Portugal (GLFP) no ano passado, Maria Belo considera que o relevo da organização que encabeça se relaciona com a falta de espaços de discussão para as mulheres.
"Ao contrário do que acontece noutros países, em Portugal não existe uma grande tradição em movimentos e organizações e organizações femininas". A GLFP é "um espaço onde é possível às mulheres aprofundar a forma de estar no mundo, com regularidade". Apesar das preocupações que manifestam serem em tudo semelhante às dos homens maçons, nas reuniões femininas está presente a "tentativa de perceber o que é ser uma cidadã. De que forma uma mulher se integra na sociedade, não só nas instituições políticas, mas principalmente ao nível da Família e de outras instituições sociais", revela. "Apesar das condições que as mulheres têm, actualmente, para lutar pela sua igualdade, é necessário que haja uma reflexão sobre as formas de aprofundar a democracia". Uma forma de intervir, não directamente enquanto membros da maçonaria, mas nas actividades profissionais ou ideológicas que desempenham.
Nas reuniões não há temas tabus, mas "evita-se a religião e política". "O que nos preocupa não são as questões do quotidiano político mas das grandes questões". Um exemplo: não há uma posição oficial (até porque as maçonas são originárias de diversos quadrantes políticos) acerca da liberação do sistema de Saúde, "o que discutimos é o que se espera do Estado e da sociedade relativamente à saúde, procuramos também identificar os problemas mais importantes".
Quanto à adesão das mulheres portuguesas, Maria Belo está satisfeita. "Há um interesse crescente nas actividades maçónicas"espelhado no aumento de lojas e de membros.

Fonte: Clicar aqui.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Sabedoria Universal

Como tem sobrevivido a maçonaria, resistido a tanto ataque e maledicência? Com atenção, qualquer aprendiz compreende esse facto pelas básicas regras de bom senso que desde o início do seu percurso os mestres (aprendizes mais velhos) tentam incutir/fazer passar. Um dos tais princípios/regras é quando à sabedoria com que se deve usar a linguagem e que se materializa na história seguinte:

Um dia um homem aproxima-se de Sócrates e diz-lhe,

- Sócrates, sabes o que acabei de ouvir acerca de um dos teus alunos?
- Espera um momento. - Disse Sócrates- Antes de continuares, quero fazer-te um teste, chama-se o Teste das 3 Peneiras.
- Teste das 3 Peneiras?!
- Sim. - Continuou Sócrates- Antes de me dizeres seja o que for acerca do meu aluno, vamos peneirar aquilo que me queres dizer. A 1ª Peneira é a verdade. Tens a certeza absoluta que o que me vais dizer é Verdade?
- Não... eu só ouvi...
- Tudo bem. - Disse Sócrates- Então não sabes se realmente é Verdade ou não. Vamos tentar a 2ª Peneira. A Peneira da Bondade. Aquilo que me vais dizer acerca do meu aluno é algo Bom?
- Nem por isso...
Então Sócrates continuou.- Queres dizer-me algo mau acerca dele mesmo sem saberes com certeza se é verdade?
O amigo ficou embaraçado. Sócrates continuou...
- Ainda tens a hipótese de passar o teste porque existe uma 3ª Peneira, a Peneira da Utilidade. O que pretendes dizer acerca do meu aluno vai ser-me muito útil?
- Acho que não.
- Bem... - Concluiu Sócrates - Se o que me queres dizer não é Verdade, nem Bom, nem Útil para mim porque mo queres dizer?!
O amigo ficou envergonhado!

Fonte: Clicar aqui

A aprendizagem maçónica manifesta-se na preocupação com as coisas relevantes do mundo e com a sobriedade, honestidade, humildade, lealdade, que deve caracterizar a conduta de um maçom. Por isso mesmo se pode concluir que não é a porta da maçonaria demasiado estreita mas sim a soberba humana por vezes demasiado larga.

David

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Ser irmão...

Se aceitarmos que a sublime grandeza que caracteriza a criação artística reside no facto de não só evocar/manifestar o universo do criador mas, e não menos, fazer despertar/libertar no apreciador uma infinita combinatória interpretativa, que em si mesma também é acto de criação, então que se me permita lembrar algumas palavras do maçom Fernando Pessoa (Irmão Hiram) que a seguir livremente interpretarei:

Se alguém bater um dia à tua porta,
Dizendo que é um emissário meu,
Não acredites, nem que seja eu;
Que o meu vaidoso orgulho não comporta
Bater sequer à porta irreal do céu.

Mas se, naturalmente, e sem ouvir
Alguém bater, fores a porta abrir
E encontrares alguém como que à espera
De ousar bater, medita um pouco. Esse era
Meu emissário e eu e o que comporta
O meu orgulho do que desespera.
Abre a quem não bater à tua porta


Quando observo, como maçom, a caminhada dos meus irmãos mais novos/recentes, ou constato o eventual interesse de tanta gente pelos trabalhos que se oferecem a um maçom realizar, não posso deixar de invocar as palavras do mestre Fernando Pessoa pois nestas vejo, e cá está o direito à minha perspectiva hermenêutica, uma das pedras basilares que o progresso maçónico exige a cada um dos membros da Irmandade... Entre si, desenvolver um profundo espírito de entre-ajuda... Não esperar que um irmão bata à nossa porta para que lhe estendamos a mão e lhe prestemos o nosso mais profundo dever de solidariedade, como faríamos ao nosso ente mais querido... Mas tal altruísmo deve também estender-se fraternalmente a toda a comunidade.

Quando se pergunta "como entrar para a maçonaria?" resulta imperativo, direi eu então, reflectir/questionar em primeiro lugar, da nossa disposição de querer ver no outro que me cerca alguém a quem não me importaria de chamar irmão.

Assim se compreende como a tantos atraem os mistérios da maçonaria, mas como em poucos se acha a necessária força espiritual de incorporar os seus simbólicos mistérios... Os mistérios da Arte Real...

David

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Fidelidade e Maçonaria


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(Link original clicar aqui)


1. INTRODUÇÃO: O presente artigo tem por objectivo principal discorrer sobre o significado da palavra fidelidade, observando tanto a conotação que lhe é emprestada no mundo profano quanto no mundo maçónico.
Para sermos rigorosos em nosso objectivo, em primeiro lugar recorremos aos léxicos e, posteriormente enveredamos pelos caminhos da filosofia até chegarmos ao conceito maçónico de fidelidade.

Evidentemente, face à natureza do trabalho, como também à exiguidade temporal, a pesquisa não chegou à exaustão.
Consequentemente cumpre-nos destacar que ao longo deste artigo tangenciaremos, por um lado, o significado da fidelidade no nosso quotidiano e, por outro lado, através destas observações procuraremos mergulhar no âmbito da filosofia para alcançarmos o nosso objectivo maior - a fidelidade, enquanto valor maçónico e princípio determinante da busca da felicidade - sem perder de vista que qualquer conceito é plástico e moldável ao longo do tempo.

Ou seja, o conceito insere-se em um processo dinâmico de observação da realidade concreta que tem como pressuposto básico o facto de que a variável temporal transcende uma simples coordenada para ser entendida como interioridade com três componentes: sucessão, simultaneidade e permanência.

2. FIDELIDADE: da abordagem quotidiana ao valor maçónico

Sob o aspecto da língua vernácula, nada mais prudente do que consultar os léxicos, para entendermos a origem e o significado de um vocábulo.
Neste sentido, buscamos em Houaiss (2001, p.1337), o significado e a etimologia da palavra fidelidade e lá encontramos:
Fidelidade - s.f - característica, atributo do que é fiel, do que demonstra zelo, respeito quase venerável por alguém ou algo;

1.1 observância da fé jurada ou devida;
2 constância nos compromissos assumidos com outrem;
3 Constância de hábitos, de atitudes( fidelização de clientes).

De outra forma, sob a óptica da Filosofia, esta para nós, se constituindo no mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes, sem dúvida, podemos enveredar pelos caminhos da ética para o entendimento mais preciso do significado da fidelidade.
A ética ancora-se em dois conceitos fundamentais: o senso moral e a consciência moral.
O senso moral representa nossos sentimentos e nossas ações e, porque não dizer, a forma como nós humanos interagimos com os nossos semelhantes e construímos conhecimento e formatamos hábitos e costumes.

Este conceito - de senso moral - traz de forma subjacente a ideia de costumes tradicionais, aceites e legitimados por uma sociedade, a forma como seus membros devem se portar e quais suas obrigações para com esta sociedade.

A consciência moral, por seu turno, nos remete ao pensar e a tomada de decisão. Em outras palavras, a consciência moral pode ser muito bem representada pelo seguinte exemplo: ao termos que definir, de pronto, sobre o que fazer em determinada situação em que somos instados a tomar uma decisão, inicialmente, temos de justificar esta decisão para nós mesmos e posteriormente para os outros.
Evidentemente, quando falamos de justificativa de uma decisão, referimo-nos às razões de nossa decisão, como também ao fato implícito de termos de assumir as consequências dela decorrentes.
Portanto, na esteira destas considerações de ordem ética, a fidelidade assume a condição de valor moral e consequentemente, não mais pode ser observada sem um pressuposto básico - a relação entre seres humanos, como também, de forma mais abrangente, entre a natureza orgânica e inorgânica - de modo que haja uma condição de cumplicidade e envolvimento entre partes que interagem e/ou mantém certo vínculo.

A fidelidade, portanto, vista sob a óptica da filosofia representa uma inter-relação entre o homem, enquanto representante da sociedade e a natureza, tanto a natureza orgânica quanto a natureza inorgânica.

Caminhando ao encontro destas considerações podemos inferir que a fidelidade além de ser um valor moral é também um valor social e, representa na sua prática quotidiana, um processo de catarse que, faz o homem passar do estado egoístico - passional para o estado ético - político.
Por outro lado, se nos reportamos ao significado da fidelidade no âmbito da ordem maçónica, sem dúvida, podemos aquilatar que, este, transcende tanto ao conceito da língua vernácula quanto ao conceito da filosofia.

Somente para fixar ideias, observemos algumas passagens do processo histórico de iniciação de um profano:

  • Ao ser iniciado na ordem, o neófito, assume um compromisso voluntário e moral de praticar a fidelidade em sua essência, enquanto ser humano, isto é, no conjunto das suas relações sociais;
  • Esta fidelidade do neófito se ancora na sua liberdade de expressão e acção, sem, contudo perder a ideia de limite;
  • A forma como ele é recebido - o ritual de iniciação - o conduz de forma metafórica através do processo histórico de evolução do homem e sua interacção com a natureza. Ou seja, o ritual de passagem - a iniciação - representa de forma sublime o vínculo entre partes, de um lado o mundo profano - a natureza(água, fogo, ar, animais, plantas, astros, pedras, metais, terra, humanos) - e de outro lado o mundo maçónico - as singularidades da ordem maçónica, seus segredos, suas alegorias, sua simbologia e a sua prática ritualística.

Observando as colocações acima elencadas, e sobre elas fazendo uma reflexão, podemos compreender que no âmbito maçónico, o homem, enquanto ser gregário se predispõe de forma transcendente a viver o estado da arte da sociedade, ou seja, buscar a perfeição e o convívio pleno com seus semelhantes.

Esta convivência com seus semelhantes, todos diferentes, mas não desiguais, obriga o homem a pensar e construir o seu espaço na medida em que através destas trocas de informações constrói valores éticos e morais.

E, nesta dinâmica de interacções, nós maçons, observamos de forma muito transparente e, porque não dizer, sem nenhuma opacidade, a prática e a consolidação do objectivo mais profundo e sublime da maçonaria - fazer feliz a humanidade.

Esta felicidade traz consigo de forma latente a fidelidade, ou seja, um processo de construção de valores éticos e morais que dá sustentação ao compromisso voluntário que o neófito assume com a maçonaria. Igualmente, este processo possibilita a construção e consolidação de novos hábitos e costumes que nos fazem enxergar nossos semelhantes como diferentes e não como desiguais.

Ou de outra forma, a busca da perfeição e o convívio pleno e harmónico com nossos semelhantes tanto no âmbito maçónico quanto no mundo profano é o que admitimos como a verdadeira Fidelidade.
Em síntese, o que distingue a fidelidade, enquanto valor maçónico, da fidelidade praticada no mundo profano é, no nosso entendimento, a voluntariedade.

E, para enriquecer este trabalho, gostaríamos de deixar gravado o entendimento do ilústre filósofo francês Gilles Deleuze(1925 - 1995) que ao ser instado a discorrer sobre o que é a Filosofia, assim se expressou:
" Muita gente pensa que a filosofia é uma coisa muito abstracta e para especialista. Eu creio e vivo de tal forma a ideia de que a filosofia não é uma especialidade que tento colocar o problema de outra forma. Quando se crê que a filosofia é abstracta, a história da filosofia fica também abstracta.......Um filósofo não é alguém que contempla nem mesmo alguém que reflecte: é alguém que cria. Cria um género de coisas de facto especiais: cria conceitos. O conceito não está pronto, não passeia pelo céu, não o contemplamos. É preciso cria-lo, fabricá-lo".

Este entendimento da filosofia consubstancia a ideia da criação de conceitos e, evidentemente, da criação do conceito de fidelidade, particularmente na ordem maçónica.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ordem maçónica, enquanto uma sociedade iniciática, cria e legitima conceitos que lhes dão sustentação tanto para a sua prática operacional - as lojas simbólicas - quanto para a reflexão em seus templos voltados para a prática da filosofia - as lojas de perfeição.

De outra forma, observando este facto - a criação e legitimação de conceitos pela ordem maçónica - sob a óptica da dialéctica e, levando-se em consideração o aspecto temporal podemos inferir que a mudança e a permanência, enquanto categorias reflexivas - uma não pode ser pensada sem a outra - representam talvez um pressuposto óbvio da vitalidade e longevidade dos cânones da maçonaria.

Em outras palavras, não podemos ter uma visão correta de nenhum aspecto da realidade humana se não soubermos situá-lo dentro do processo geral de transformação a que ele pertence, também não podemos avaliar nenhuma mudança concreta se não a reconhecermos como mudança de um ser (quer dizer, de uma realidade articulada e provida de certa capacidade de durar).

Neste sentido, sem nenhuma ambiguidade e explicitando o que apreendemos ao longo da nossa prática maçónica, podemos afirmar que: ao pensar o todo - a busca da felicidade da sociedade - a maçonaria não nega as partes, ou seja, não abstrai estas - as partes do todo - como também ao tratar as partes com suas diferenças o faz no seio da sociedade.
Ou seja, trabalhar a pedra bruta é uma metáfora que representa o trabalho das partes ao passo que a prática da liberdade, da igualdade e da fraternidade representa o tratamento do todo.

E, para finalizar, podemos inferir que a argamassa responsável pela consolidação e estabilidade da alvenaria maçónica tem um componente singular - a fidelidade -, que nada mais é do que uma construção colectiva do conhecimento.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 12ed. São Paulo: Editora Ática, 2001.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O que é a filosofia? São Paulo: Editora 34, 1997.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2001.
KONDER, Leandro. O que é a dialética. São Paulo: Editora Brasiliense, 1998.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Número de maçons liberais duplicou na última década

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Sábado, 19 de Maio de 2007

O número de maçons está a crescer em Portugal?

Está a crescer muito sustentadamente. Pode dizer-se que nos últimos dez anos duplicou o número de membros do Grande Oriente Lusitano (GOL), a obediência liberal (admite membros ateus e agnósticos) que
está a crescer mais, que já era a maior e mais antiga, e continua a crescer, num ritmo que anda à volta de 5% ao ano.

Quantos membros tem o Grande Oriente Lusitano?

Entre mil e dois mil. Há maçons regulares que estão a regressar ao GOL. Tem sido um movimento contínuo e regular nos últimos anos, é verdade.

É por convite que se entra na Maçonaria?

Em regra geral, sim, mas não obrigatoriamente. Quem não tenha contactos e conhecimentos dentro do GOL pode na mesma apresentar a sua candidatura, que será alvo do mesmo nível de escrutínio de qualquer outra candidatura, mesmo que venha de membro do GOL.

De que consta esse escrutínio?

São os valores do candidato em relação aos motivos que o levam a pretender entrar na Maçonaria. É inquirido sobre o seu passado, tem de ser bem escrutinado, somos muito selectivos. Queremos crescer, mas em qualidade.

Há candidatos jovens?

Cada vez mais, nos últimos anos isso é visível.

Há explicação para esse facto?

Nos últimos dez anos aquela sedução para grandes ideologias, que tudo pretendiam explicar desde o origem do mundo até ao fim da história, tem vindo a desaparecer. Portanto, a Maçonaria vem preencher um certo vazio espiritual, um certo vazio de valores e de concepções do mundo que se foi criando na última década.

Que sectores da sociedade procura a Maçonaria?

Profissionais liberais e universitários. Mas não exclusivamente, nem queremos colocar barreiras de carácter social ou cultural.

A Maçonaria é uma sociedade elitista?

Sim, no bom sentido da palavra. Não no sentido de aristocracia orgulhosa e arrogante, mas no sentido de uma elite de carácter moral e cívico. Isso sem dúvida.

Faz algum sentido uma sociedade secreta, ou se se quiser discreta, em plena democracia?

Mesmo em democracia, particularmente aqui em Portugal, a condição de maçon pode originar perseguições, incompreensões e prejuízos da vida profissional.

Ainda hoje?

Ainda hoje, infelizmente. Vivemos décadas de ditadura, a própria Igreja Católica durante séculos acabou por criar na sociedade uma imagem da Maçonaria completamente deformada, como se fosse uma seita apostada na conquista do poder por meios ilícitos, de uma seita que pretendia simplesmente destruir as religiões, o que não é verdade. Fazemos questão em ter crentes de diferentes religiões, para além de ateus e agnósticos.

Maçons Portugueses Famosos

A) A. H. de Oliveira Marques; Abade Correia da Serra; Adelaide Cabete; Afonso Costa; Afonso Domingues; Alexandre Herculano; Almiro Gaspar Marques; António Arnault; António Augusto de Aguiar; António José de Almeida; António Marques Miguel; António Reis (professor); Aquilino Ribeiro...

B) Bernardino Luís Machado Guimarães; Bissaya Barreto...

C) Camilo Castelo Branco; Curado Ribeiro...

E) António Egas Moniz; Emídio Guerreiro; Eça de Queiroz...

F) Fernando Pessoa; Fernando Teixeira; Fernando Valle; Fontes Pereira de Melo...

G) Gago Coutinho; Gomes Freire de Andrade;

H) Humberto Delgado...

I) I. M.

J) José Ferreira Borges; José Relvas; José da Silva Carvalho; José M. A.; José da Costa Nunes; José da Silva Mendes Leal; João Barroso Soares...

L) Lima de Freitas; Luz de Almeida...

M) Manuel Fernandes Tomás; Manuel Maria Barbosa du Bocage; Manuel da Silva Passos; Miguel Bombarda; Mário Soares...

N) Norton de Matos...

P) Sidónio Pais; Pedro I do Brasil...

Q) Antero de Quental...

R) Rafael Bordalo Pinheiro; R. P....

S) Sebastião de Magalhães Lima...

T) Teixeira de Pascoaes; Teófilo Braga...

(Original ler aqui)

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Fernando Pessoa Escreve Sobre a Maçonaria

A Maçonaria compõe-se de três elementos: o elemento iniciático, pelo qual é secreta; o elemento fraternal; e o elemento a que chamarei humano – isto é, o que resulta de ela ser composta por diversas espécies de homens, de diferentes graus de inteligência e cultura, e o que resulta de ela existir em muitos países, sujeita portanto a diversas circunstâncias de meio e de momento histórico, perante as quais, de país para país e de época para época reage, quanto à atitude social, diferentemente.

Nos primeiros dois elementos, onde reside essencialmente o espírito maçónico, a Ordem é a mesma sempre e em todo o mundo. No terceiro, a Maçonaria – como aliás qualquer instituição humana, secreta ou não – apresenta diferentes aspectos, conforme a mentalidade de Maçons individuais, e conforme circunstâncias de meio e momento histórico, de que ela não tem culpa.

Neste terceiro ponto de vista, toda a Maçonaria gira, porém, em torno de uma só ideia – a "tolerância"; isto é, o não impor a alguém dogma nenhum, deixando-o pensar como entender. Por isso a Maçonaria não tem uma doutrina. Tudo quanto se chama "doutrina maçónica" são opiniões individuais de Maçons, quer sobre a Ordem em si mesma, quer sobre as suas relações com o mundo profano. São divertidíssimas: vão desde o panteísmo naturalista de Oswald Wirth até ao misticismo cristão de Arthur Edward Waite, ambos tentando converter em doutrina o espírito da Ordem. As suas afirmações, porém, são simplesmente suas; a Maçonaria nada tem com elas. Ora o primeiro erro dos Antimaçons consiste em tentar definir o espírito maçónico em geral pelas afirmações de Maçons particulares, escolhidas ordinariamente com grande má fé.

O segundo erro dos Antimaçons consiste em não querer ver que a Maçonaria, unida espiritualmente, está materialmente dividida, como já expliquei. A sua ação social varia de país para país, de momento histórico para momento histórico, em função das circunstâncias do meio e da época, que afectam a Maçonaria como afectam toda a gente. A sua acção social varia, dentro do mesmo país, de Obediência para Obediência, onde houver mais que uma, em virtude de divergências doutrinárias – as que provocaram a formação dessas Obediências distintas, pois, a haver entre elas acordo em tudo, estariam unidas. Segue daqui que nenhum acto político ocasional de nenhuma Obediência pode ser levado à conta da Maçonaria em geral, ou até dessa Obediência particular, pois pode provir, como em geral provém, de circunstâncias políticas de momento, que a Maçonaria não criou.

Resulta de tudo isto que todas as campanhas antimaçónicas – baseadas nesta dupla confusão do particular com o geral e do ocasional com o permanente – estão absolutamente erradas, e que nada até hoje se provou em desabono da Maçonaria. Por esse critério – o de avaliar uma instituição pelos seus actos ocasionais porventura infelizes, ou um homem por seus lapsos ou erros ocasionais – que haveria neste mundo senão abominação? Quer o Sr. José Cabral que se avaliem os papas por Rodrigo Bórgia, assassino e incestuoso? Quer que se considere a Igreja de Roma perfeitamente definida em seu íntimo espírito pelas torturas dos Inquisidores (provenientes de um uso profano do tempo) ou pelos massacres dos albigenses e dos piemonteses? E contudo com muito mais razão se o poderia fazer, pois essas crueldades foram feitas com ordem ou com consentimento dos papas, obrigando assim, espiritualmente, a Igreja inteira.

Sejamos, ao menos, justos. Se debitamos à Maçonaria em geral todos aqueles casos particulares, ponhamos-lhe a crédito, em contrapartida, os benefícios que dela temos recebido em iguais condições. Beijem-lhe os jesuítas as mãos, por lhes ter sido dado acolhimento e liberdade na Prússia, no século dezoito – quando expulsos de toda a parte, os repudiava o próprio Papa – pelo Maçom Frederico II. Agradeçamos-lhe a vitória de Waterloo, pois que Wellington e Blucher eram ambos Maçons. Sejamos-lhe gratos por ter sido ela quem criou a base onde veio a assentar a futura vitória dos Aliados – a "Entente Cordiale", obra do Maçom Eduardo VII. Nem esqueçamos, finalmente, que devemos à Maçonaria a maior obra da literatura moderna – o "Fausto" do Maçom Goeth.

Acabei de vez. Deixe o Sr. José Cabral a Maçonaria aos Maçons e aos que, embora o não sejam, viram, ainda que noutro Templo, a mesma Luz. Deixe a Antimaçonaria àqueles Antimaçons que são os legítimos descendentes intelectuais do célebre pregador que descobriu que Herodes e Pilatos eram Vigilantes de uma Loja de Jerusalém.

(*) Fernando Pessoa - Este é um trecho do artigo que Fernando Pessoa publicou no Diário de Lisboa, no 4.388 de 4 de Fevereiro de 1935, contra o projecto de lei, do deputado José Cabral, proibindo o funcionamento das associações secretas, sejam quais forem os seus fins e organização.

(Origem do artigo, clicar aqui)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

António Reis Reeleito Grão-Mestre da Maçonaria

O ex-dirigente socialista António Reis foi ontem reeleito, por um mandato de três anos, grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL) - Maçonaria Portuguesa, com 70 por cento dos votos. António Reis bateu a candidatura para os órgãos da instituição do militar reformado Filipe Frade, que terá obtido perto de 30 por centos dos votos. O coronel Filipe Frade e o historiador António Reis, que participaram ambos em actividades de oposição à ditadura de Salazar, são oriundos de ritos diferentes maçónicos

Jornal da Madeira /2008-06-08

Eleições no GOL

O socialista Amónio Reis, actua! grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL), e o tenente-coronel Filipe Frade disputam a liderança da mais influente corrente maçónica portuguesa. Previstas para este Sábado, 7, as eleições no GOL realizam-se em ambiente de polémica interna. A loja 25 de Abril, apoiante de Reis e cuja figura principal é o coronel Vasco Lourenço, fez até um abaixo-assinado a contestar violentamente a candidatura de Frade. (Ler restante arquivo aqui)

Conversas Maçónicas

A 6 de Março de 2005, seis dias an­tes de o novo Governo socialista tomar posse, Abel Pinheiro, o ho­mem das finanças do CDS-PP, pe­gou no telemóvel e ligou ao social-democrata Rui Gomes da Silva, o ''maçom adormecido" que acabara de deixar o cargo de ministro dos Assuntos Parlamentares. Em plena investigação do processo Portucale (um caso de alegado tráfico de influências para a aprovação de um projecto imobiliário do Gru­po Espírito Santo), a conversa passou pela maçonaria e pelo seu poder.

Abel Pinheiro e Gomes da Silva concordavam que os maçons estavam sob fogo cerrado de José Sócrates. O futuro primeiro-ministro era acusado de afrontar a irmandade do Grande Oriente Lu­sitano (GOL) ao não escolher nenhum maçom para o Governo. Abel Pinheiro e Rui Gomes da Silva defendiam que as nomeações para ministro teriam de respeitar uma espécie de quota maçónica e estavam indignados por Só­crates não seguir o jogo de bastidores, afas­tando a maçonaria (e também a Opus Dei) dos lugares de decisão política.

Também diziam que a ausência de apoio maçónico iria deixar vulnerável o futuro Governo. (ler restante artigo da revista Sábado)

Constituções de Anderson

A ordem maçónica, enquanto obediência, pressupõe uma conduta muito consciente dos deveres de actuação direccionada para o bem/virtude, o que para um homem livre e de bons costumes tal só pode constituir uma força de motivação para a sua progressão espiritual/pessoal.

Devem, por isso, conhecer-se as “Old Charges” e/ou os “Landmarks”, pedras basilares do conhecimento maçónico e de suas ancestrais tradições… As “antigas regras" são documentos (referentes à maçonaria operativa, mostrando já a existência de uma maçonaria organizada em que os pedreiros –fremasons- utilizavam uns pergaminhos onde as/nas “Old Charges” (regras antigas anteriores a 1717, à formação Grande da Loja de Inglaterra) faziam referência às Lojas
/Oficinas e aos Regulamentos, Deveres, Segredos e Usos da Fraternidade.

Por estes documentos observamos não só as regras como também um pouco da história da maçonaria) que vieram ao conhecimento público a partir do Séc. XIV. Estes regulamentos são os landmarks/base deles que prescrevem as normas da ordem, os deveres, a jurisprudência maçónica.

George Payne, primeiro Grão-Mestre, da Grande Loja, sonhava com uma Maçonaria Moderna cuja preocupação era dotar o novo organismo, de um corpo de leis que pudessem regulamentar sua vida.

Em 1720, compilou os Regulamentos Gerais, baseados nesses antigos documentos, dando à Ordem, a forma de um governo maçónico. Em seguida, encarregou o Rev. James Anderson para comparar as Ordenações Gerais promulgadas pela Grande Loja, com os antigos documentos e costumes primitivos da confraria, dando a sua expressão definitiva.

Em Dezembro de 1721, seu trabalho é examinado e revisto por uma comissão que, em Março de 1722, apresenta seu relatório conclusivo aos delegados das Oficinas para o encaminhamento, preparação e aprovação em assembleia, ocorrida em 17 de Janeiro de 1723.

Este documento, conhecido como “Constituições de Anderson”, representa a carta fundamental e a única base legal autêntica da Maçonaria. A partir da metade do século XIX, são diversas as classificações de landmarks, com maior ou menor número deles, devendo assinalar-se a obra de Albert Mackey que em 1858 assim os
classifica:

1. Os processos de reconhecimento.

2. A divisão da Maçonaria Simbólica em três graus.

3. A lenda do 3º. Grau.

4. O governo da Fraternidade por um Grão-Mestre eleito por todos os maçons.

5. A prerrogativa do Grão-Mestre de presidir a todas reuniões maçônicas no território de sua jurisdição.

6. A faculdade do Grão-Mestre de autorizar dispensa para conferir graus em tempos anormais.

7. A prerrogativa do Grão-Mestre de conceder licença para fundação, instalação e funcionamento das Lojas.

8. A prerrogativa do Grão-Mestre de criar maçons ( iniciar e exaltar) por sua deliberação.

9. A necessidade dos maçons de se distribuírem em Lojas.

10. O governo de cada Loja por um Venerável e dois Vigilantes.

11. A necessidade de que toda Loja trabalhe “a coberto”.

12. O direito de todo mestre maçom de ser representado nas assembléias gerais da Ordem e de dar instruções aos seus representantes.

13. O direito de todo o maçom recorrer em alçada perante a Grande Loja ou a Assembleia Geral contra as resoluções de sua Loja.

14. O direito de todo maçom de visitar e de ter assento nas Lojas regulares.

15. Nenhum visitante, desconhecido como um maçom, poderá entrar em Loja, sem primeiro passar por um exame, conforme os antigos costumes.

16. Que nenhuma Loja poderá interferir nas actividades de outra.

17. Que todo maçom está sujeito às leis penais e regulamentos maçônicos vigentes na jurisdição em que reside.

18. Que todo candidato à iniciação há de ser homem livre e de maior idade.

19. Que todo maçom há de crer na existência de Deus como Grande Arquitecto do Universo.

20. Que todo maçom há de crer na ressurreição e uma vida futura.

21. Que um livro da lei de Deus deve constituir parte indispensável do equipamento de uma Loja.

22. Que todos os homens são iguais perante Deus e que na Loja se encontram num mesmo nível.

23. Que a Maçonaria é uma Instituição de posse de segredos que devem ser preservados.

24. A fundação de uma ciência especulativa, baseada numa arte operativa.

25. Que os Landmarks da Maçonaria são inalteráveis.

Cosnstituições de Anderson

Lenda do terceiro grau


Loja Fénix, Oriente de Lisboa

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Eleições no GOL...

O lugar do próximo Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL) ­ a obediência maçónica mais antiga de Portugal ­, poderá vir a ser ocupado por um maçon natural de Vila Franca da Beira, concelho de Oliveira do Hospital. Trata-se de Filipe Frade, um militar na reserva, que no próximo dia 7 de Junho vai disputar as eleições do GOL com o actual grão-mestre, António Reis, que se recandidata ao lugar.

Natural de Vila Franca, localidade onde habitualmente reside, Frade ­ um alto-grau da maçonaria ­ passou grande parte da sua vida na Bélgica e tem fortes ligações ao Grande Oriente Belga, onde foi iniciado.

A maçonaria está instalada em Portugal desde o século XVIII e em 1738 foi considerada pela igreja católica como uma³ heresia perversa². O General Gomes Freire de Andrade, que chegou a alcançar o título de 3º Conde da Bobadela, foi grão-mestre do GOL e, em 1817, foi enforcado sob a acusação de³ conjura liberal².

No período do Estado Novo, a maçonaria portuguesa foi sempre alvo de várias perseguições e é após o 25 de Abril que aquela obediência é reabilitada.

Em Oliveira do Hospital, existem hoje vários maçons e a maior parte deles reúne numa loja do GOL, localizada em Coja, concelho de Arganil. Entre os seus principais impulsionadores, encontrava-se o histórico socialista, entretanto falecido, Fernando Valle.

Na cidade, há ainda algumas marcas que os maçons deixaram na arquitectura local e até o próprio Salão Nobre da Câmara Municipal exibe ­ por cima da mesa de reuniões ­ um tríptico com simbologia maçónica, que foi mandado pintar no tempo do Estado Novo.

Gestão imobiliária divide Maçonaria



Grande Oriente Lusitano.
António Reis recandidata-se a chefe da maior obediência maçónica portuguesa. Enfrenta Filipe Frade, coronel reformado. No sábado saber-se-á o resultado. Divide-os a gestão do valioso património imobiliário da instituição, cujo valor ascende a milhões de euros

Eleições para grão-mestre do GOL começam amanhã

O Grande Oriente Lusitano (GOL) vai a votos. A partir de amanhã, os "irmãos" da maior obediência maçónica portuguesa começarão a colocar os seus votos nas urnas. Dia 7, sábado, os resultados serão anunciados.

Apresentaram-se dois candidatos: António Reis, actual grão-mestre, que tenta um segundo mandato de três anos (foi eleito para o primeiro em Junho de 2005) e Filipe Frade, coronel na reforma, homem que, como Reis, esteve também ligado ao combate à ditadura no Estado Novo (nomeadamente na LUAR, um grupo que tentou a via armada).

Membros do GOL ontem ouvidos pelo DN adiantaram que a principal divisão entre Reis e Frade reside na solução para a gestão do valiosíssimo património imobiliário da instituição. Estão em causa, nomeadamente, edifícios situados no centro de Lisboa, e cujo valor ascende a milhões de euros.

O GOL tem como braço legal o Grémio Lusitano, instituição com número de contribuinte e personalidade jurídica formalizada.

António Reis pretende, na órbita do Grémio, criar uma Fundação Grémio Lusitano. Ela irá, segundo o programa apresentado pelo recandidato a grão-mestre - e a que o DN teve acesso - "contribuir decisivamente para a salvaguarda e valorização de todo o património" da obediência. Isto através de "meios de gestão em moldes adequados aos tempos actuais, capazes de rentabilizar todo o património" do GOL.

"Este impulso [para a criação da Fundação Grémio Lusitano] foi sem dúvida decisivo para deixarmos de ser um conjunto de lobbies com interesses distintos e nos tornarmos uma verdadeira Obediência, dotada dos meios próprios para a prossecução dos fins próprios da Maçonaria", lê-se ainda no programa de António Reis.

Segundo o DN apurou, Filipe Frade contesta esta solução para a gestão do património imobiliário do Grande Oriente Lusitano. Aparentemente, receia que ao concentrar-se a gestão de "todo o património" numa instituição formalmente externa ao GOL, este acabe por perder o seu controlo.

No seu programa de candidatura, a que o DN teve acesso - e que está escrito numa linguagem quase ininteligível para qualquer "profano" (não-maçon) - diz que está "instalada" a "confusão entre construção maçónica e construção civil". E esta "confusão" - acrescenta - "não é apenas um retrocesso, antes revela o método que tem passado do exterior - a visualidade das obras públicas - para o interior, em tais circunstâncias de forma infamante e lesivo da Honra e Dignidade Maçónicas."

Ou seja: Filipe Frade opõe-se à concentração num só organismo maçónico da gestão de "todo o património" da obediência, como defende Reis. E se o seu projecto se concretizar, isso significa que se está na "iminência de actos que vão contra a integridade das Lojas".