quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A Maçonaria Feminina

A maçonaria feminina



VITOR MANUEL ADRIÃO

Se bem que a Maçonaria Especulativa assente as suas bases exclusivamente no sexo viril desde que foi fundada em 1717 em Clermont, na França, e a presença feminina na mesma seja algo bastante tardio dos meados do século XIX por motivo mais laico e político que filosófico e metafísico, passando a Mulher a ter um papel subalterno e quase marginal no seio da mesma Maçonaria, sempre apartada do Rito dos homens, acontece que esta ideia universalmente aceite no meio maçónico é completamente estranha à verdade original.

Primeiro que tudo, dando início à resposta aos amigos e amigas pertencentes a essa corrente de Tradição que me solicitaram este estudo, devo recordar que a Divindade Primordial entre os povos antigos era Feminina, tratando-se da Grande Deusa-Mãe como a consignavam os habitantes neolíticos da Estremadura ibérica, reconhecimento que se prolongava até à Europa Central.

Deusa agrária por suas qualidades de fecundação, propiciadora de boas semeaduras e colheitas, e também Deusa parturiente dando a vida e a saúde às criaturas, era enfim a incarnação da Força Fecunda da própria Mãe-Terra (Mater-Rhea ou Matéria).

A Ela os Lígures, Celtas e Lusitanos ergueram menires de formato fálico, atribuindo-lhe a fecundação que do Seio aflora à Terra inteira. A Ela os hindus neolíticos levantaram iguais pedras fálicas, a que chamaram shivalingas. Assume-se assim a Grande Criadora – Maha-Shakti – da Natureza viril por sua Força Ígnea – Kundalini – geradora e encausadora das vidas e das formas. Os cristãos haveriam de a conclamar Nossa Senhora da Conceição, isto é, a Concepção da Natureza inteira da qual é Alma.

Sem Ela, nada haveria... Portanto, a Divindade mais próxima ao Homem que a Ela deve a existência é, antes de tudo, MULHER, e este é predicado de ESPÍRITO SANTO, o que se associa à Shekinah ou “Presença Real de Deus” no mais sublime dos Tabernáculos, Sanctum-Sanctorum da Mãe-Terra, ou seja o “Jardim das Delícias” tanto bíblicas como corânicas, para todos os efeitos, AGHARTA. Todo o peregrino da vida que sobe uma Montanha em busca da Luz, acaso já pensou que essa Montanha é feminina e a Luz também? A Luz Celeste se manifesta por sua protuberância física que é toda a Montanha sinónima de Iniciação Real. Por outras palavras, FOHAT como luminosidade da Mãe Divina que é o Segundo Logos, se corporifica como Filho na Força de KUNDALINI que é o Terceiro Logos.

A Mãe se projecta no Seio da Terra e o Filho se eleva ao Cume do Céu. Eis a razão da Virgem Eterna trazer sempre no regaço ao Divino Filho. Na mesma correnteza de pensamento, todo o Assura da Obra Divina de AKBEL tem a sua consciência superior como Makara, e todos os Makaras e Assuras constituem o Corpo de MAITREYA, o Cristo Universal, cuja Alma boníssima é a própria LAKSHAMI, a Mãe Divina, que é também Maria, à destra de seu Fruto Bendito, o Senhor do Amor-Sabedoria e de todos os tálamos de Esperança e Redenção a quem Ela cobre com o seu cerúleo manto azul do Akasha enchendo o firmamento. Hominus postrate: o Siderius Crucis, Ave Maris Stella! Os Grandes Avataras todos Eles tiveram as suas Contrapartes, assim se manifestando como Deva-Pis ou GÉMEOS ESPIRITUAIS: Akenaton e Nefertiti, Krishna e Krishnaya, Buda e Mayadevi, Cristo e Maria, HENRIQUE e HELENA, etc., etc.


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