sexta-feira, 25 de julho de 2008

Maçonaria Feminina

Adesão à Maçonaria feminina aumenta

Desde sempre envolvida em mistério, a maçonaria continua a ser entendida como um poderoso lobby. Maria Belo, grã-mestra da Grande Loja Feminina de Portugal e co-fundadora da primeira loja feminina portuguesa, garante que não. Às maçonas, que poderão ou não estar envolvidas na vida política, disse ao SEMANÁRIO, interessa, sobretudo, o debate de temas filosóficos e sociais.

Desde sempre envolvida em mistério, a maçonaria continua a ser entendida como um poderoso lobby. Maria Belo, grã-mestra da Grande Loja Feminina de Portugal e co-fundadora da primeira loja feminina portuguesa, garante que não. Às maçonas, que poderão ou não estar envolvidas na vida política, disse ao SEMANÁRIO, interessa, sobretudo, o debate de temas filosóficos e sociais. O que acontece é que as discussões "transpiram" para a sociedade através das actividades e do círculo de amizades que "as irmãs" mantêm. A ex-europdeputada socialista está satisfeita com a crescente adesão à maçonaria feminina: desde 2001, já há mais quatro lojas e o número de adeptas portuguesas passou de 150 para 250.


Lisboa foi a cidade escolhida para receber a assembleia-geral do Comité Internacional de Ligação das Maçonarias Femininas. Amanhã as grã-mestras de Portugal— a ex-eurodeputada socialista Maria Belo—, de França, Bélgica, Itália, Alemanha e Suíça reúnem-se para definir o plano de actividades para este ano. A ocasião será aproveitada para trocar ideias e definir actividades para este ano. Mas será também uma oportunidade de desmistificação dos preconceitos que ainda envolvem a maçonaria. Deste modo, depois da assembleia, realiza-se no Palácio da Trindade um jantar aberto a não maçons e aos representantes da maçonaria masculina: António Arnaut (Grande Oriente Lusitano), Trovão do Rosário (grande Loja Regular de Portugal) e Jorge Gomes (Direito Humano).
Ao SEMANÁRIO, a psicanalista e ex-eurodeputada socialista, explicou de que se trata a reunião internacional. "Vai ser um agrupamento de diferentes obediências que serve para a troca de informações acerca da forma como decorrem trabalhos nos distintos países. Queremos também apoiar as maçonarias que estão agora a começar, sobretudo nos países em desenvolvimento", avançou. Bem como "preparar o colóquio da sociedade em 2006 que ocorrerá em Portugal. Eleita grã-mestre da Grande Loja Feminina de Portugal (GLFP) no ano passado, Maria Belo considera que o relevo da organização que encabeça se relaciona com a falta de espaços de discussão para as mulheres.
"Ao contrário do que acontece noutros países, em Portugal não existe uma grande tradição em movimentos e organizações e organizações femininas". A GLFP é "um espaço onde é possível às mulheres aprofundar a forma de estar no mundo, com regularidade". Apesar das preocupações que manifestam serem em tudo semelhante às dos homens maçons, nas reuniões femininas está presente a "tentativa de perceber o que é ser uma cidadã. De que forma uma mulher se integra na sociedade, não só nas instituições políticas, mas principalmente ao nível da Família e de outras instituições sociais", revela. "Apesar das condições que as mulheres têm, actualmente, para lutar pela sua igualdade, é necessário que haja uma reflexão sobre as formas de aprofundar a democracia". Uma forma de intervir, não directamente enquanto membros da maçonaria, mas nas actividades profissionais ou ideológicas que desempenham.
Nas reuniões não há temas tabus, mas "evita-se a religião e política". "O que nos preocupa não são as questões do quotidiano político mas das grandes questões". Um exemplo: não há uma posição oficial (até porque as maçonas são originárias de diversos quadrantes políticos) acerca da liberação do sistema de Saúde, "o que discutimos é o que se espera do Estado e da sociedade relativamente à saúde, procuramos também identificar os problemas mais importantes".
Quanto à adesão das mulheres portuguesas, Maria Belo está satisfeita. "Há um interesse crescente nas actividades maçónicas"espelhado no aumento de lojas e de membros.

Fonte: Clicar aqui.

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