segunda-feira, 9 de junho de 2008

Constituções de Anderson

A ordem maçónica, enquanto obediência, pressupõe uma conduta muito consciente dos deveres de actuação direccionada para o bem/virtude, o que para um homem livre e de bons costumes tal só pode constituir uma força de motivação para a sua progressão espiritual/pessoal.

Devem, por isso, conhecer-se as “Old Charges” e/ou os “Landmarks”, pedras basilares do conhecimento maçónico e de suas ancestrais tradições… As “antigas regras" são documentos (referentes à maçonaria operativa, mostrando já a existência de uma maçonaria organizada em que os pedreiros –fremasons- utilizavam uns pergaminhos onde as/nas “Old Charges” (regras antigas anteriores a 1717, à formação Grande da Loja de Inglaterra) faziam referência às Lojas
/Oficinas e aos Regulamentos, Deveres, Segredos e Usos da Fraternidade.

Por estes documentos observamos não só as regras como também um pouco da história da maçonaria) que vieram ao conhecimento público a partir do Séc. XIV. Estes regulamentos são os landmarks/base deles que prescrevem as normas da ordem, os deveres, a jurisprudência maçónica.

George Payne, primeiro Grão-Mestre, da Grande Loja, sonhava com uma Maçonaria Moderna cuja preocupação era dotar o novo organismo, de um corpo de leis que pudessem regulamentar sua vida.

Em 1720, compilou os Regulamentos Gerais, baseados nesses antigos documentos, dando à Ordem, a forma de um governo maçónico. Em seguida, encarregou o Rev. James Anderson para comparar as Ordenações Gerais promulgadas pela Grande Loja, com os antigos documentos e costumes primitivos da confraria, dando a sua expressão definitiva.

Em Dezembro de 1721, seu trabalho é examinado e revisto por uma comissão que, em Março de 1722, apresenta seu relatório conclusivo aos delegados das Oficinas para o encaminhamento, preparação e aprovação em assembleia, ocorrida em 17 de Janeiro de 1723.

Este documento, conhecido como “Constituições de Anderson”, representa a carta fundamental e a única base legal autêntica da Maçonaria. A partir da metade do século XIX, são diversas as classificações de landmarks, com maior ou menor número deles, devendo assinalar-se a obra de Albert Mackey que em 1858 assim os
classifica:

1. Os processos de reconhecimento.

2. A divisão da Maçonaria Simbólica em três graus.

3. A lenda do 3º. Grau.

4. O governo da Fraternidade por um Grão-Mestre eleito por todos os maçons.

5. A prerrogativa do Grão-Mestre de presidir a todas reuniões maçônicas no território de sua jurisdição.

6. A faculdade do Grão-Mestre de autorizar dispensa para conferir graus em tempos anormais.

7. A prerrogativa do Grão-Mestre de conceder licença para fundação, instalação e funcionamento das Lojas.

8. A prerrogativa do Grão-Mestre de criar maçons ( iniciar e exaltar) por sua deliberação.

9. A necessidade dos maçons de se distribuírem em Lojas.

10. O governo de cada Loja por um Venerável e dois Vigilantes.

11. A necessidade de que toda Loja trabalhe “a coberto”.

12. O direito de todo mestre maçom de ser representado nas assembléias gerais da Ordem e de dar instruções aos seus representantes.

13. O direito de todo o maçom recorrer em alçada perante a Grande Loja ou a Assembleia Geral contra as resoluções de sua Loja.

14. O direito de todo maçom de visitar e de ter assento nas Lojas regulares.

15. Nenhum visitante, desconhecido como um maçom, poderá entrar em Loja, sem primeiro passar por um exame, conforme os antigos costumes.

16. Que nenhuma Loja poderá interferir nas actividades de outra.

17. Que todo maçom está sujeito às leis penais e regulamentos maçônicos vigentes na jurisdição em que reside.

18. Que todo candidato à iniciação há de ser homem livre e de maior idade.

19. Que todo maçom há de crer na existência de Deus como Grande Arquitecto do Universo.

20. Que todo maçom há de crer na ressurreição e uma vida futura.

21. Que um livro da lei de Deus deve constituir parte indispensável do equipamento de uma Loja.

22. Que todos os homens são iguais perante Deus e que na Loja se encontram num mesmo nível.

23. Que a Maçonaria é uma Instituição de posse de segredos que devem ser preservados.

24. A fundação de uma ciência especulativa, baseada numa arte operativa.

25. Que os Landmarks da Maçonaria são inalteráveis.

Cosnstituições de Anderson

Lenda do terceiro grau


Loja Fénix, Oriente de Lisboa

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