sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Maçonaria o que é?

A Ordem dos Maçons Livres e Aceitos é uma sociedade secreta, mas aberta a homens de todas as religiões – só não seriam "aceitos" ateus e mulheres (o que hoje só se verifica em certa ortodoxia ultrapassada).

“Para fazer parte dela todo o indivíduo deveria crer em "Deus" e ter uma conduta ética e honesta. Não pode contar o que ocorre nas reuniões e nem se identificar como maçom perante terceiros”. O nome vem do francês maçon, que quer dizer pedreiro. A génese da organização surgiu na Idade Média, época de grandes construções – como castelos e catedrais – sendo uma espécie de embrião dos sindicatos: as chamadas corporações de ofício.

Nelas se reuniam os trabalhadores medievais – como alfaiates, sapateiros e ferreiros, que guardavam suas técnicas a sete chaves. “Os pedreiros, em especial, viajavam muito a trabalho. Por isso tinham uma certa liberdade, ao contrário dos servos, que deviam satisfação ao seu senhor feudal caso quisessem deixar suas terras”.

Daí vem o nome original “maçonaria livre”, ou freemasonry em inglês. Após o final da Idade Média, a maçonaria passou a admitir outros membros, além de pedreiros. Transformou-se, assim, numa fraternidade dedicada à liberdade de pensamento e expressão, religiosa ou política, e contra qualquer tipo de absolutismo/dogmatismo. Deste modo a organização teve forte influência nos bastidores da Revolução Francesa e da independência dos Estados Unidos.

Por muito que custe a certos detractores, na origem da maçonaria está o gérmen da liberdade.

4 comentários:

Rui Bandeira disse...

A Maçonaria Regular não aceita ateus, nem mulheres (embora entenda que as mulheres podem integrar as suas organizações próprias). A consideração de que isto é uma "ortodoxia ultrapassada" é "curiosa", se tivermos em conta que a imensa maioria dos maçons do globo se integram na Maçonaria Regular ("ortodoxa ultrapassada"), ao passo que só uma minoria de parte dos maçons franceses (do GOF), portugueses (do GOL) e de mais meia dúzia de países segue a orientação (que o autor, pelos vistos, considera "moderna e atual") de admitirem ateus e mulheres.

Se se quer falar de maçonaria, tenha-se cuidado com a adjetivação das opções de cada corrente...

Rui Bandeira disse...

Na minha opinião, há uma imprecisão na afirmação de que era interdito ao maçom identificar-se como tal perante terceiros. O que era e é interdito é identificar OUTRO maçom como tal perante profanos. Sempre foi admitido que cada maçom, se assim o entendesse, se identificasse como tal perante profanos.

Rui Bandeira disse...

"A organização teve forte influência nos bastidores da Revolução Francesa".

É uma tese - e respeitável.

Mas, em sentido contrário, ou , pelo menos, moderando esta afirmação, veja-se o texto, que considero de excelente qualidade, de Rui A. no blogue "Revolução Francesa, mais precisamente em http://revolucaoemfranca.blogspot.com/2011/06/maconaria-e-revolucao.html

A Sublime Arte Real disse...

Caro Rui Bandeira, muito agradeço os seus comentários que enalteço pela qualidade. No entanto permita-me discordar de alguns pormenores. Há um compromisso de cada maçom na Inic:. em termos de obediência há lei do país. Ora, tomando até a própria Dec. Univ. dos Direitos do Homem, parece-me de facto ortodoxia ultrapassada (sendo comedido nas palavras) utilizar como critério de aceitação na maçonaria questões de género e religiosas. Por outro lado não creio ser argumento sólido a premissa da maioria. O facto de uma ideia ser muitas vezes repetida/seguida não lhe confere necessariamente valor de verdade.