terça-feira, 16 de outubro de 2007

Maçonaria Por Dentro

Numa rara oportunidade, a TVI desvendou um pouco da Maçonaria e do seu Universo Simbólico... Pela razão de optar pela discrição, esta instituição/família, onde seus membros se tratam por irmãos, tem sido um alvo apetecível da inveja, maledicência e/ou ignorância, um pouco à imagem do que acontece na vida social com aqueles que optam por uma postura "Low Profile" e se tornam alvos fáceis às mais variadas conjecturas/intrigas, apenas porque, em plena manifestação da sua liberdade pessoal, optam por manter uma sóbria equidistância na vida comprometendo-se apenas com a excelência evitando os extremismos próprios da mediocridade.

Mas uma certa visão distorcida/pouco esclarecida da maçonaria esteve presente em alguns momentos na reportagem da TVI, pela voz de D. Carlos Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa... "Para a Igreja é incompatível ser maçom e católico". Para criticar de seguida o ecletismo dos maçons no respeito por outros livros sagrados. Mais à frente tece uma outra avaliação negativa relativamente ao secretismo da maçonaria. O que têm estas palavras de interessante é o poderem configurar, contrariando os objectivos de quem as proferiu, profundos elogios à ordem maçónica vindos de alguém com forte ligação à Opus Dei.

Na verdade, como católico que não abdica do uso da divina razão e correspondente sentido crítico, penso como legítimo questionar a coerência/fundamento lógico de um representante da minha Igreja levantar inquisitório dedo questionando discrição e segredos alheios como mal em si mesmo. Tal só pode significar que, em futuro breve, o Vaticano abrirá as suas portas permitindo livre acesso às suas secretas bibliotecas e a tudo o que durante séculos tem sido ferozmente mantido oculto.

Se o ecletismo, em termos de respeito pelo outro e pela diversidade, é erro de que a maçonaria padece, então, com base nos preceitos cristãos que desde cedo incorporei, resta curvar-me respeitosamente à Augusta Instituição Maçónica e a todos aqueles que ao longo dos séculos escreveram a história da humanidade partilhando a pertença à Irmandade com sua condição de crentes católicos... Aliás, é curioso observar que este antagonismo de uma certa Igreja, pois sempre existiram padres maçons, não tem correspondência noutras culturas/latitudes mais parecendo resquícios de um certo catolicismo que falha/demora em adaptar-se à mudança. Só em 1992, 359 anos depois, a Igreja (João Paulo II) reabilitou Galileu...

Como maçom, ou seja, como alguém que, em relação fraterna com o seu próximo, encetou uma incessante procura filosófica de si, considero que este trabalho jornalístico só pode reforçar uma positiva imagem pública da Maçonaria, até porque os ancestrais oponentes denotaram alguma falha de argumentos que pudessem beliscar, mesmo ao de leve, a credibilidade da Instituição Maçónica.

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