segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Significado de "Loja"

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O termo provém do germânico: leubja (pronúncia: lóibja) e do frâncico: laubja, através do francês: loge e designa o pavimento térreo de um prédio, a casa comercial estabelecida em loja e, também, uma corporação maçónica e o local onde ela realiza reuniões. Originada nas Guildas medievais, a palavra leubja significava, na antiga língua germânica, lar, casa, abrigo; e acabou dando origem a termos de sentido eventualmente diferente, em outros idiomas: lodge, em inglês, loge, em francês, loggia, em italiano, logia, em castelhano. Em português, a palavra Loja provém do frâncico (idioma dos antigos francos) laubja, através do francês loge e designa, além da Loja maçónica. o pavimento térreo de um prédio, ou o estabelecimento comercial.


Em francês, todavia, loge significa choça, cubículo, camarote, camarim e loja maçónica (o estabelecimento comercial é "boutique"). Em italiano, o termo loggia passou a designar a entrada de edifício, ou galeria usada para exposições artísticas, para venda de produtos artesanais, ou como pátio, varanda, alpendre, além de Loja maçónica. Em inglês, o termo lodge significa cabana, furna, toca, choupana e loja maçónica (o estabelecimento comercial é "magazine"). Portanto, nem todas essas palavras designam casas comerciais, mas todas designam a corporação maçónica e o local de suas reuniões.

O termo surgiu, pela primeira vez, em 1292, num documento de uma Guilda, organização medieval de ofício.
As guildas de mercadores adoptaram a palavra, para designar os seus locais de depósito e de venda dos produtos manufacturados, enquanto as guildas artesanais a usaram, para designar os seus locais de trabalho, ou seja, as oficinas dos artesãos. Destas últimas, originou-se o nome dos locais de reuniões maçónicas e da corporação.

A Bula “In Eminenti” do Papa Clemente XII

A Bula “In Eminenti” assinada pelo Papa Clemente XII em 1738, foi na verdade uma articulação daqueles que estavam à sua volta, sob o comando do Cardeal Néri Corsini, sobrinho, assessor e braço direito de Clemente XII.

O Papa nessa época estava muito doente, quase não saia da cama (sofria de artrose severa que praticamente o impedia de sair da cama, que os médicos da época chamavam de “gota” e tinha também uma érnia, que por vezes lhe saíam as vísceras, precisava sempre andar com ligaduras para mantê-las no lugar), e completamente cego.... Tudo o que ele assinava, tomava conhecimento através do que lhe era falado.

Depois do conteúdo de qualquer documento ser explanado e, ele estando de acordo, seu assessor, o Cardeal Corsini, orientava sua mão na parte do documento que deveria ser assinada. Sinteticamente, como a maioria de nós já sabe, a Bula diz que quem frequentar Ordens Iniciáticas Secretas (inclui-se aí a Maçonaria) será excomungado.

Vamos narrar alguns fatos históricos importantes para entendermos porque e como ela foi elaborada.

A Igreja Romana preocupava-se especificamente com um oficial Inglês chamado Barão Stosch, pois para a época ele era um revolucionário que pregava ideais de liberdade que colocavam em risco o poder da Igreja, além disso falava aos quatro ventos que era um “Liberi Muratori” (Free-Mason - Franco-Maçom) e membro de uma Loja Maçônica em Florença, como a Igreja já tinha conhecimento de que na Ordem havia um “grande segredo” que não poderia ser revelado, esse foi um motivo muito grande para colocar a Ordem na mira do poder da Igreja.

Vale um esclarecimento, a maioria esmagadora das Lojas Maçónicas Européias do séc XVII e XVIII formam fundadas por Ingleses, Irlandeses e Escoceses, das mais variadas áreas profissionais.

É bom reforçar, todas elas tinham Ingleses, Irlandeses e Escoceses em seus quadros, que para a Igreja Católica eram considerados hereges.

Ocorre que nem na própria Maçonaria, em Florença, o Barão Stosch era bem quisto. Mas, como ele era amicíssimo e mantinha um óptimo relacionamento com Sua Majestade o Rei da Inglaterra, ninguém tinha coragem de propor sua saída da Ordem e de Florença e, apesar da Igreja pressionar o Grão-Duque da Toscana a expulsar o mencionado oficial, ele demora a executar essa ordem, pois também não queria criar um problema sério com o Rei da Inglaterra.

Os Membros do Clero que estavam assessorando o Papa estavam de olho nele e na Maçonaria de algumas cidades Italianas, (Florença, Veneza, Pisa) e era contra elas que estavam preparando uma “punição”. Mas, por sua (da maçonaria) dita “universalidade”, o Vaticano acabou estendendo essa “punição” para toda a instituição européia continental, a coisa deixaria de ser pessoal e passaria a ser contra a instituição. Mais ou menos assim: - matar a vaca para acabar com o carrapato.

Desde o Século XVII a alta cúpula do Papado de Roma estava preocupada com a nova sociedade, que surgia com muita força em quase todos os países da Europa. Denominada Franco-Maçonaria, não por evidências de desvio de comportamento de seus integrantes, mas principalmente pelo conteúdo do juramento que era prestado pelos homens que nela entravam.

Percebam que já era de conhecimento da Igreja, desde o final do Séc. XVII, o conteúdo do Juramento da nossa Cerimônia de Iniciação Maçônica.

O que lhes causava verdadeiro “pânico” era os iniciados se permitirem ter uma morte “horrível” e “cruel” se revelassem o seu segredo.... Que era o de ter o P.'. cortado e a cabeça A.'. e seu C.'. Ent.'. nas areias do mar, onde o F.'. e R.'. das ondas o mantivesse em P.'. Esquecimento.

Para eles, a permissão desse tipo de morte para guardar um segredo, dava margem a criarem um sem número de teorias conspiratórias contra o poder da Igreja no continente Europeu, e esse também foi o argumento utilizado pela Igreja para trazer como aliados Reis de alguns Países europeus. De forma bem objetiva não era nada mais que isso.

O conteúdo do nosso Juramento está escrito em vários documentos do Vaticano espalhados por toda a Europa, e estão guardados em Arquivos ou Bibliotecas Nacionais e no próprio Arquivo Secreto do Vaticano até hoje. >>>Só a título de curiosidade, o jornal londrino “The Flying Post” publicou nos dias 11, 12 e 13 de Abril de 1723, “a masons examination” (o exame de um maçom) e nessas edições, colocou todo o conteúdo do juramento prestado pelo Aprendiz no dia de sua Iniciação.

Quando o Vaticano, através dos assessores do Papa Clemente XII, resolveu tomar uma medida punitiva contra os Membros de algumas Lojas Maçónicas da Itália, repito, por causa de sua conhecida “universalidade” maçónica, resolveram estender isso para toda a Ordem existente na Europa católica. Acontece que a Maçonaria em sua Origem é eminentemente Cristã, na Inglaterra, Escócia e Irlanda não católica, mas cristã.

Quando os padres inquisidores, principalmente em Portugal e Espanha, foram atrás de seus membros para proibi-los de se reunirem sob pena da excomunhão, surpreenderam-se, pois todas as Lojas já não mais se reuniam, resolveram encerrar suas actividades assim que tomaram conhecimento da proibição pela Bula Papal.

Podemos perceber aqui que, como sabemos, os Maçons respeitaram o que juravam, assim como fazemos hoje, respeitar as Leis, os Poderes Constituídos e a soberania dos Reis e, naquela época, uma ordem Papal era Lei.

Ninguém fora da Ordem sabia que o juramento “terrível”, restringia-se apenas à divulgação dos toques, sinais e palavras pelos quais os Obreiros utilizavam para se reconhecer em qualquer lugar do mundo.

A Maçonaria naquela época era realmente de ajuda mútua, quando um Irmão precisava de ajuda, os outros se reuniam e o ajudavam para evitar que “profanos” tirassem proveito dessa ajuda mútua, juravam segredo quanto aos sinais, toques e palavras... Comportamento este herdado das antigas guildas de pedreiros livres.

Bem resumidamente, o incomodo que o Barão Stosch causava no Clero com seus discursos revolucionários, associada a essa falta de entendimento da diferença do juramento, mais o medo da força que a Ordem vinha adquirindo por causa do nível intelectual de seus membros e da “febre’ que acometeu a alta sociedade europeia em participar da Ordem, foram as principais causas para a Edição da Bula.

Esses fatos resumidamente colocados acima, são ingredientes mais do que suficientes para compreendermos o que aconteceu depois...

É da natureza humana criar monstros onde não existem, o desconhecimento causa perturbação, que geram as suposições e as teorias conspiratórias, que acabam tornando-se problemas reais... Daí à acção é apenas um pequeno passo....

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