terça-feira, 25 de março de 2008

Estranha Mulher

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Eu sei que ela existe,
(embora eu nunca a veja...)
mulher estranha de mãos imensas,
semeando esmolas, misteriosamente,
cercada de respeito, de lendas e de temor
as mãos dessa mulher tem forma de amor
mãos que ninam os berços da orfandade,
mãos que põem luz na noite da viuvez,
mãos que cortam o erro, como espadas
mãos que abençoam, que denunciam crime
e que trazem, no gesto que redime,
toda a unção das próprias mãos de Deus.

Essa mulher tem a graça das Acácias,
a ternura que consola a dor alheia,
o bem que ela faz gravando só na areia,
vem a onda e o leva ao seio do grande Artista
que vela sobre o triste, o fraco e o oprimido.


Essa mulher, se escuta algum gemido,
se pressente a dor, a injustiça, a queda,
como o vento desloca-se flecha ousada e firme
na pressa de salvar, servir e se esconder.


Ela está de pé às portas da miséria...


Junto ao incapaz, ela é o braço potente,
amparo ela o é ao lado do indigente
arrimo da velhice, luz da juventude,
e ante a própria morte, aos pés do ataúde,
essa mulher é esteio, é força e segurança.


Seus braços, quais colunas talhadas na rocha,
já sacudiram tronos, muralhas e cidadelas,
já libertaram escravos e enriqueceram os pobres,
já ergueram nações sobre cinzas de impérios...


Ela já viu morrer os filhos em prol da liberdade,
e, embora chorando sobre seus tristes restos,
seu braço ergueu, em sagrado protesto,
a bandeira santa do amor universal.


De sua mesa farta, tal como em família,
reparte ela o pão da graça feminina,
sem humilhar aquele a quem sobrou pobreza,
e sua mão direita, segundo o evangelho,
jamais presenciou o que a esquerda fez.

A ordem do Senhor: "Amai-vos uns aos outros"
à frente do seu Templo essa mulher gravou,
e como irmãos se tratam milhões de filhos seus,
homens predestinados, cidadãos benditos
que não se envergonham - oh não - de crer em Deus.


Essa mulher estranha, sem jóias e sem fraqueza
essa mulher estranha, temida e venerada,
mil vezes perseguida, vencendo com galhardia,
é cidadã do mundo, é a MAÇONARIA.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Jurisprudência Maçónica

(Link original)
A Maçonaria tem sua origem na Inglaterra, na época medieval. Uma data histórica separa dois períodos da Instituição: 24 de Junho de 1717. Até esta data, podemos classificá-la como Maçonaria Operativa. A partir disso, Maçonaria Aristocrática, cujo limite se estende ao ano de 1789. Deste ano em diante, até os nossos dias, surge o período Democrático.



Maçonaria Operativa – Neste período, as Lojas, as organizações dos pedreiros (freemasons) usavam pergaminhos legais, conhecidos como “Old Charges”- “Antigos Deveres”, baseando neles seus Regulamentos Gerais.

Os “Old Charges” faziam referência às Lojas e aos Regulamentos, Deveres, Segredos e Usos da Fraternidade. São documentos que provam a existência de uma Maçonaria organizada, antes da fundação da Grande Loja da Inglaterra, em 1717.

Entre esses documentos, os mais antigos são: o Poema Regius e o Manuscrito Cooke. O Poema Regius, foi encontrado na Biblioteca do Museu Britânico de Dnodes, em 1839, pelo antiquário James Orchard Halliwell.

Por ter publicado seu conteúdo, pela primeira vez, esse documento ficou conhecido como o Manuscrito Halliwell. Dentro da Ordem, os historiadores preferem chamá-lo de Manuscrito Régio, título mais compatível com sua importância e dignidade.

O Manuscrito Régio ou Poema Regius é composto de 294 versos duplos. Neles, encontramos uma história lendária da Arquitetura (Maçonaria), de vários artigos, de uma Ordenação concernente as futuras assembléias, do Ars Quatuor Coronatorum, de uma série de lendas sobre a Torre de Babel, Nabucodonosor, Euclídes e seu ensinamento, e finalmente, de regras para o bom comportamento na igreja e para o cerimonial.
O Manuscrito Cooke, ficou assim conhecido, porque o maçom Matthew J. Cooke, foi o primeiro a divulgá-lo. Sua publicação foi feita em Londres, em 186l. A caligrafia usada é bem semelhante à do século XV. Alguns historiadores o situam na primeira metade desse século. É possível acreditar que tenha sido usado em Assembléias de Maçons como compêndio de história tradicional e das leis da Fraternidade.

O Manuscrito é todo escrito em prosa. Contém imensas citações de célebres autores, narra as origens da Fraternidade, tendo como locais o Egito e a Judéia. Encontramos também, prescrições relativas à assembléia, instruções para novas admissões, referência à jurisdição do xerife e uma declaração de que a assembléia foi fundada, afim de que humilde e elevado, sejam bem servidos nesta arte, por toda a Inglaterra.

George Payne, primeiro Grão-Mestre, da Grande Loja, sonhava com uma Maçonaria Moderna. Sua preocupação era dotar o novo organismo, de um corpo de leis que pudessem regulamentar sua vida. Em 1720, compilou os Regulamentos Gerais, baseado nesses antigos documentos, dando à Ordem, a forma de um governo maçônico.

Em seguida, encarregou o Rev. James Anderson para comparar as Ordenações Gerais promulgadas pela Grande Loja, com os antigos documentos e costumes primitivos da confraria, dando sua expressão definitiva.
Em dezembro de 1721, seu trabalho é examinado e revisado por uma comissão que, em março de 1722, apresenta seu relatório conclusivo aos delegados das Oficinas para o encaminhamento, preparação e aprovação em assembleia, ocorrida em 17 de janeiro de 1723.

Este documento, conhecido como “Constituições de Anderson”, representa a carta fundamental e a única base legal autêntica da Maçonaria. Na primeira parte das Constituições de Anderson, foram publicados os Antigos Deveres de um Maçom, contendo seis artigos e seis parágrafos.

Na segunda parte, vamos encontrar os Regulamentos Gerais, composto de 39 regras , das tradições, hábitos, usos e costumes.

(Clicar aqui para ler o resto)

Landmarks

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1.
A Maçonaria é uma fraternidade iniciática que tem por fundamento tradicional a fé em Deus, O Grande Arquitecto do Universo.

2. A Maçonaria refere-se aos "Antigos Deveres" e aos "Landmarks" da Fraternidade, especialmente quanto ao absoluto respeito das tradições específicas da Ordem, essenciais à regularidade da Jurisdição.


3. A Maçonaria é uma ordem, à qual não podem pertencer senão homens livres e de bons costumes, que se comprometem a pôr em prática um ideal de paz.

4. A Maçonaria visa ainda, o aperfeiçoamento moral dos seus membros, bem como, de toda a humanidade.

5. A Maçonaria impõe a todos os seus membros a prática exacta e escrupulosa dos ritos e do simbolismo, meios de acesso ao conhecimento pelas vias espirituais e iniciáticas que lhe são próprias.

6. A Maçonaria impõe a todos os seus membros o respeito das opiniões e crenças de cada um. Ela proíbe-lhes no seu seio toda a discussão ou controvérsia, política ou religiosa. Ela é ainda um centro permanente de união fraterna , onde reinam a tolerante e frutuosa harmonia entre os homens, que sem ela seriam estranhos uns aos outros.

7. Os Maçons tomam as suas obrigações sobre um volume da Lei Sagrada, a fim de dar ao juramento prestado por eles, o carácter solene e sagrado indispensável à sua perenidade.

8. Os Maçons juntam-se, fora do mundo profano, nas Lojas onde estão sempre expostas as três grandes luzes da Ordem: um volume da Lei Sagrada, um esquadro, e um compasso, para aí trabalhar segundo o rito, com zelo e assiduidade e conforme os princípios e regras prescritas pela Constituição e os Regulamentos Gerais de Obediência.

9. Os Maçons só devem admitir nas suas lojas homens maiores de idade, de ilibada reputação, gente de honra, leais e discretos, dignos em todos os níveis de serem bons irmãos, e aptos a reconhecer os limites do domínio do homem e o infinito poder do Eterno.

10. Os Maçons cultivam nas suas Lojas o amor da Pátria, a submissão às leis e o respeito pelas autoridades constituídas. Consideram o trabalho como o dever primordial do ser humano e honram-no sob todas as formas.

11. Os Maçons contribuem pelo exemplo activo do seu comportamento são, viril e digno, para irradiar da Ordem no respeito do segredo maçónico.

12. Os Maçons devem-se mutuamente, ajuda e protecção fraternal, mesmo no fim da sua vida. Praticam a arte de conservar em todas as circunstâncias a calma e o equilíbrio, indispensáveis a um perfeito controle de si próprio. (Link original)